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O líder supremo do Irã disse que o responsável por suspeitas de envenenamento em escolas femininas deve ser executado por um “crime imperdoável”.
Mais de 1.000 crianças ficaram doentes desde novembro em 25 das 31 províncias do país, segundo autoridades e a mídia estatal.
“Se for comprovado o envenenamento de estudantes, os responsáveis por este crime devem ser condenados à pena capital e não haverá anistia para eles”, disse o aiatolá Ali Khamenei – citado pela agência de notícias estatal Irna.
O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, disse no fim de semana que “amostras suspeitas” foram coletadas, mas pediu às pessoas que mantenham a calma.
Ele disse que pelo menos 52 escolas em todo o país foram afetadas e afirmou que inimigos não identificados da república estavam tentando incitar o medo.
Pelo menos uma escola para meninos na cidade ocidental de Borujerd também foi afetada, informou a mídia estatal.
Nenhum detalhe foi dado sobre quais produtos químicos podem ter sido usados ou exatamente quem poderia ser o responsável, mas as autoridades disseram que os resultados dos testes serão publicados “o mais rápido possível”.
Fotos de meninas usando máscaras de oxigênio e conectadas a soros intravenosos provocaram protestos em algumas cidades, incluindo a capital Teerã, com raiva também dirigida a Irãda Guarda Revolucionária.
As crianças afetadas reclamaram de palpitações cardíacas, tonturas, dores de cabeça, letargia e sensação de incapacidade de se mover – mas até agora ninguém morreu.
Alguns descreveram cheiro de tangerina, cloro ou produtos de limpeza.
Estudantes estavam entre os que participaram da onda de manifestações antigovernamentais no ano passado pela morte sob custódia policial de um jovem de 22 anos Mahsa Amini.
Alguns foram retratados removendo seus lenços de cabeça, rasgando fotos do aiatolá e pedindo sua morte.
Foi sugerido que os aparentes envenenamentos poderiam ser uma forma de vingança por esse ativismo ou um ataque mais geral à educação das meninas.
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O escritório de direitos humanos da ONU em Genebra pediu uma investigação transparente sobre os supostos ataques, com países como Alemanha e Estados Unidos expressando preocupação.
Um caso semelhante de suspeita de envenenamento – envolvendo meninas no Afeganistão – foi relatado entre 2009 e 2012, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) não encontrou evidências e disse que parecia ser “doenças psicogênicas em massa”.
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A mídia iraniana também informou na segunda-feira que Ali Pourtabatabaei, um jornalista baseado em Qom que fazia reportagens regularmente sobre o caso, havia sido detido.
Isso ocorre depois que o jornal linha-dura Kayhan pediu que os editores que publicassem histórias críticas aos governantes do Irã fossem presos.
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