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Os elevados preços do gás devido à guerra na Ucrânia obrigaram a Clipper Cerâmicas, na Figueira da Foz, que tem uma dívida global de cerca de 22 milhões de euros, a avançar com um processo especial de ativação (PER).
De acordo com a lista provisória de credores ligados ao PER consultada pela Lusa, a empresa tinha uma dívida de 21,9 milhões de euros, sendo o principal credor uma empresa de materiais de construção, com uma dívida reclamada de 9,3 milhões de euros.
Um fornecedor de gás reclama uma dívida superior a 1 milhão de euros e vários bancos e empresas de garantia reclamam um total de cerca de 5,3 milhões de euros, segundo a lista provisória de credores publicada no final de julho na plataforma Citius.
Em declarações à Lusa, fonte da administração da Clipper Cerâmicas explicou que a razão do PER centra-se única e exclusivamente nos problemas que a empresa enfrentou com o aumento do preço do gás, motivado pela guerra na Ucrânia que foi particularmente significativa em 2022.
“Comprámos por 23 euros o megawatt hora e acabou por custar 345 euros. A mesma fonte afirmou que o gás custou ao sector durante dois anos uma média de 110 euros o megawatt hora, lembrando que os preços levaram a empresa a sair do mercado. , depois que os trabalhadores foram demitidos “duas vezes”.
Segundo a mesma fonte da administração da Clipper, a PER espera a entrada de um investidor na empresa, que está neste momento a realizar negociações e a concluir “os estudos necessários”.
“Esperamos obter uma decisão judicial dentro de poucos dias e estamos convencidos de que entraremos no caminho da esperança e da salvação, dentro de dois ou três meses. Acreditamos que a empresa e o setor têm um grande futuro em Portugal.”
Fonte da administração da empresa sediada na Figueira da Foz disse ainda a Losa que a Clipper tem atualmente “perto de 100 trabalhadores” e que todos os salários estão em dia.
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