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Em um novo atlas, o professor Jim Best da University of Illinois Urbana-Champaign usou as últimas pesquisas e narrativas visualmente intensivas para destacar a história, a cultura, a mudança e os esforços de restauração dos sistemas fluviais do mundo. Crédito: Michelle Hassel
A palavra “atlas” pode evocar imagens de livros gigantes abarrotados de mapas e uma variedade estonteante de fatos e números. No entanto, o novo livro “The World Atlas of Rivers, Estuaries, and Deltas” conta a história dessas hidrovias muito antes da intervenção humana e como elas continuam a evoluir na presença de — e muitas vezes em desacordo com — a civilização humana. O novo atlas é um guia altamente visual para as pesquisas mais atualizadas sobre os sistemas fluviais do mundo, com ênfase na relação mútua entre as pessoas e essas paisagens vitais.
“O objetivo geral do livro é enfatizar a importância dos sistemas fluviais na civilização humana e nos ecossistemas, e como esses ambientes críticos estão em risco, mas que não é tarde demais para fazer mudanças”, disse o coautor Jim Best, que é professor de ciências da terra e mudanças ambientais, e geografia e ciência da informação geográfica na University of Illinois Urbana-Champaign. “Esperamos que este trabalho alcance um público muito mais amplo do que normalmente nos envolvemos como pesquisadores.”
Best e os coautores Stephen Darby, Luciana Esteves e Carol Wilson levam o leitor a uma aventura muito além de qualquer coisa que fatos e números possam oferecer. Eles mergulham de cabeça nos aspectos culturais, econômicos e de mudança climática/ambiental dessas bacias hidrográficas, ao mesmo tempo em que fornecem as informações mais recentes de meios convencionais de estudo dos elementos físicos, químicos e biológicos desses ambientes — tudo feito com ênfase na narrativa por meio de imagens cativantes, infográficos, mapas e texto em linguagem simples.
Os autores definem o cenário discutindo o papel essencial dos rios na exploração, colonização e mapeamento iniciais, muito antes de termos acesso à fotografia aérea e imagens de satélite para referência.
Fãs de mapas históricos podem passar horas decifrando o quebra-cabeça que é o mapa-múndi de 1450 do cartógrafo italiano Fra Mauro — pode-se avistar os rios Tigre, Eufrates, Nilo e Ganges e as formas de vários corpos d’água vagamente familiares antes de perceber que o mapa está orientado com o norte na parte inferior. Este exercício mental ilustra como os sistemas fluviais foram essenciais para moldar a trajetória da exploração e civilização humanas no planeta.
O layout do livro é direto e intuitivo, com seções cobrindo cada paisagem única de rios, estuários e deltas. Cada seção usa linguagem simples para envolver o leitor e ajudá-lo a entender a anatomia das hidrovias, transferência de sedimentos, ecologia, aquicultura, desastres naturais e causados pelo homem, poluição e biodiversidade e como esses tópicos influenciam a cultura humana.
“Este livro é para qualquer um que esteja curioso sobre o ambiente natural e como ele está mudando rapidamente”, disse Best. “Os leitores podem mergulhar em pedaços do livro sem ter que ler de forma linear.”
Há muitas oportunidades para mergulhos mais profundos também, disse Best. Tópicos como modelagem numérica, técnicas de gerenciamento e restauração de rios, ciência cidadã e energia renovável baseada em rios são apenas alguns exemplos de como o leitor pode mergulhar em análises científicas mais aprofundadas com este atlas.
O capítulo final, que Best disse que pode ser seu favorito, guia os leitores pelo que décadas de pesquisa sugerem que está reservado para os sistemas fluviais. “Há muitas histórias pessimistas sobre desastres humanos relacionados a rios e muitas previsões terríveis sobre o que está por vir no futuro, mas achamos que este livro fornece uma visão positiva sobre como podemos ajudar a sustentar melhor esses ambientes”, disse Best.
Mais informações:
Livro: Atlas Mundial de Rios, Estuários e Deltas
Fornecido pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign
Citação: Mais do que mapas: Novo atlas captura o estado dos sistemas fluviais globais por meio do contexto humano (2024, 10 de setembro) recuperado em 10 de setembro de 2024 de https://phys.org/news/2024-09-atlas-captures-state-global-river.html
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