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O maior jornal diário da Finlândia está lutando contra as restrições de mídia da Rússia, escondendo notícias sobre a guerra na Ucrânia em uma sala secreta dentro de um videogame.
O editor-chefe do Helsingin Sanomat, Antero Mukka, disse que o jornal precisava ser criativo para tentar violar as restrições e decidiu ocultar artigos no jogo de tiro Counter-Strike, popular entre os jovens russos.
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Rússia reprimiu o jornalismo independente, proibindo reportagens gratuitas e negando aos russos o acesso ao conteúdo da mídia produzido no exterior desde que Moscou lançou o que chama de “operação militar especial” em Ucrânia.
“Como estamos muito preocupados com a situação da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão na Rússia, decidimos que talvez seja possível encontrar alguns novos canais para fornecer ao público russo algum jornalismo independente e confiável, por exemplo, sobre as situações na Ucrânia”, disse. Mukka disse à agência de notícias Reuters.
Counter-Strike, lançado pela Valve Corporation, fabricante de jogos privada com sede nos Estados Unidos, em 2012, está entre os 10 jogos de PC mais populares do mundo, de acordo com dados da empresa de pesquisa Newzoo.
O finlandês O jornal criou seu próprio mapa da cidade eslava devastada pela guerra, batizando-o de “voyna”, a palavra russa para guerra – cujo uso é proibido na Rússia em referência ao conflito na Ucrânia.
“Você encontrará lá uma sala secreta, e lá fornecemos a eles nossos próprios artigos, nossa própria documentação, por exemplo, sobre massacres em Bucha e Irpin, e também sobre as baixas do exército russo na Ucrânia”, disse Mukka.
Ele disse que o jornal não pediu a permissão da Valve, já que o jogo permite que os usuários criem e adicionem seu próprio conteúdo à sua plataforma.
“Se alguns jovens na Rússia, apenas por causa deste jogo, pensarem por alguns segundos no que está acontecendo na Ucrânia, então vale a pena”, acrescentou.
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A Rússia também proibiu o ato de desacreditar as forças armadas logo após a invasão da Ucrânia em fevereiro passado.
Um pai foi detido e sua filha de 13 anos levada aos cuidados do estado depois que ela fez um desenho mostrando mísseis russos caindo sobre uma mãe e filho ucranianos, levando o diretor da escola a chamar a polícia.
Alexei Moskalyov, que foi condenado a dois anos em uma colônia penal sob a acusação de desacreditar as forças armadas, fugiu da prisão domiciliar antes que o veredicto fosse dado.
Quando um oficial anunciou no tribunal que havia fugido, alguns presentes gritaram: “Bravo!”
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