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neurociência revela os segredos de uma melhor colocação – novo estudo

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Os melhores golfistas do mundo fazem o jogo parecer tão fácil que é difícil imaginar o que se passa em suas mentes. Mas a neurociência moderna nos permite fazer exatamente isso. O novo estudo da minha equipe mostra como diferentes partes do cérebro de um golfista especialista são ativadas quando ele coloca a bola no buraco.

O putting é uma parte crucial do golfe. Usando o putter quando a bola está no (ou fora) do green, os golfistas rolam suavemente a bola em direção ao buraco. Um bom putting distingue os jogadores mais bem-sucedidos em qualquer torneio, pois pode representar 40-50% do número total de tacadas em cada rodada (em média, cerca de 1,8 putts por buraco). Ganhar um torneio pode muitas vezes se resumir a fazer um putt final e dramático.

Nossa equipe se concentrou no que torna os golfistas bons em putts, particularmente os processos mentais necessários para fazê-lo consistentemente bem. A rotina estruturada de putt facilita o estudo e a análise. Antes de cada putt, os golfistas entram em uma fase de preparação, onde ficam parados com o putter logo atrás da bola (uma posição chamada de “endereço”). Este período pode fornecer insights sobre os processos mentais e físicos envolvidos na preparação para o putt.

Para explorar esses processos mentais, medimos a atividade cerebral usando eletroencefalografia (EEG), que mede a atividade elétrica no cérebro. Isso oferece uma maneira precisa de medir o tempo das ondas cerebrais conforme elas acontecem, tornando-o ideal para pesquisa esportiva.

Os cientistas categorizam as ondas cerebrais com base em suas faixas de frequência (medidas em Hertz), que são associadas a diferentes funções. As ondas cerebrais que os pesquisadores exploram principalmente no putting são a banda teta (4-7 Hz: associada à concentração e detecção de erros em tarefas motoras), a banda alfa (8-12 Hz: atenção e controle de excitação) e a banda beta (12-30 Hz: associada à preparação motora).

Em nosso estudo, publicado no Journal of Frontiers in Psychology, eu e meus colegas tentamos ver se havia diferenças na atividade cerebral entre tacadas bem-sucedidas (quando a bola entra no buraco) e malsucedidas.

Tacadas bem-sucedidas mostram padrões cerebrais distintos

Recrutamos 28 golfistas especialistas, mas amadores (20 dos quais eram homens) com idade média de 24,2 anos para participar de uma sessão de testes. Cada um desses participantes fez 140 putts enquanto usava um sistema de cabeça de EEG para registrar sua atividade cerebral.

Usamos dois métodos para analisar a atividade cerebral deles. O primeiro foi a “análise de tempo-frequência”, que examina como as frequências de sinal mudam ao longo do tempo. Isso nos permitiu medir o que estava acontecendo no cérebro nos três segundos finais antes do jogador fazer contato com a bola para cada tacada.

O segundo foi “potenciais corticais relacionados ao movimento”, que nos ajuda a entender como o cérebro planeja, prepara e executa movimentos. No nosso caso, o movimento foi o jogador de golfe iniciando sua ação de putting.

Nosso estudo revela que tacadas de golfe bem-sucedidas mostram padrões distintos de atividade cerebral.

Bola de golfe no ponto de virada do buraco.
Uma boa tacada pode vencer um torneio.
vchal/Shutterstock

Da análise de tempo-frequência, descobrimos que putts bem-sucedidos estavam associados a mudanças nas ondas cerebrais beta e theta nos últimos três segundos antes do putt. Putts bem-sucedidos mostraram uma diminuição mais pronunciada na atividade beta durante a preparação do que os malsucedidos. Isso sugere que esses golfistas tinham uma melhor preparação quando foram dar o putt no buraco.

Com base nessa descoberta, aconselhamos os jogadores a se comprometerem com seu golpe e terem um plano claro em mente, para que possam experimentar o início mais cedo da supressão beta. Crucialmente, eles não devem alterar seus planos logo antes de colocar a bola.

Se eles não tiverem certeza de qual estratégia usar — ​​em outras palavras, em que direção devem mirar a bola e com que força devem acertá-la — recomendamos que se afastem e reiniciem o processo de tacada com um plano mais claro.

Comprometa-se com seu golpe

Em nosso estudo, putts bem-sucedidos também tenderam a mostrar menor atividade theta na região frontal do cérebro, especialmente logo antes do contato entre o putter e a bola. A maior atividade theta durante putts malsucedidos pode indicar hesitação ou a necessidade de ajustar o plano motor antes da execução.

Nossas descobertas enfatizam a importância de se comprometer com sua tacada ao dar o putt. É um conselho comum de treinamento, mas agora temos dados para respaldar por que é tão crucial.

Nossa análise dos potenciais corticais relacionados ao movimento também encontrou diferenças na atividade cerebral. Putts bem-sucedidos foram associados a um processamento mais eficiente e menos gasto de energia, em comparação com os malsucedidos. Então, putts bem-sucedidos custam menos poder cerebral aos jogadores.

Muitos golfistas relatam saber qual é a “sensação” de dar uma boa tacada. No entanto, é difícil replicar essa sensação consistentemente. Se você quer dar uma tacada melhor, pratique suas habilidades para que possa executar a ação motora de forma confiável e lidar com a pressão da competição.

Essa descoberta apoia a teoria da “eficiência neural” na pesquisa esportiva, que diz que os especialistas têm menos atividade neural quando concluem uma tarefa relacionada à sua profissão.

Em diferentes esportes, do arco e flecha ao tênis, pesquisadores descobriram que os especialistas são simplesmente mais eficientes em seu processamento mental, o que lhes permite ativar diferentes partes de seus cérebros quando jogam. Em outras palavras, praticar um esporte não muda apenas seu corpo – pode literalmente alterar sua mente.

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