Física

Nanoplásticos têm potencial para atravessar a barreira hematoencefálica, revela estudo

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Estudo pioneiro revela que nanoplásticos têm potencial para atravessar a barreira hematoencefálica

Crédito: Nano Hoje (2024). DOI: 10.1016/j.nantod.2024.102466

Um novo estudo publicado na revista Nano Hoje revela que os nanoplásticos, que são pequenas partículas de plástico com menos de 1 micrômetro de tamanho, podem atravessar a barreira hematoencefálica (BHE).

A pesquisa marca um avanço significativo na compreensão de como os nanoplásticos podem ser transferidos para o sangue humano e interagir com sistemas biológicos.

Liderada pelo Dr. Fazel A. Monikh da Universidade de Pádua e pela Dra. Šárka Lehtonen da Universidade da Finlândia Oriental, a equipe internacional de cientistas investigou como os nanoplásticos feitos de poliestireno (PS) e cloreto de polivinila (PVC) se comportam no plasma humano e testaram sua capacidade de atravessar a BHE.

Os pesquisadores utilizaram uma nova abordagem ao incorporar gadolínio, um metal de terras raras, aos nanoplásticos, permitindo o rastreamento e a quantificação precisos de seu movimento e transformação dentro do corpo humano.

A equipe descobriu que, ao serem expostos ao plasma humano, os nanoplásticos atraem rapidamente uma variedade de biomoléculas, formando imediatamente uma “coroa biológica” que afeta seu comportamento e interações com as células.

O estudo demonstrou que tanto os nanoplásticos PS quanto os PVC podem atravessar a BBB, com partículas de PVC mostrando uma taxa de penetração maior. No entanto, a presença de uma corona biológica reduziu significativamente a quantidade de nanoplásticos que entram no cérebro.

A barreira hematoencefálica humana (BHE) consiste em uma camada compacta de células endoteliais, cercada por astrócitos e pericitos, que restringe a passagem de uma variedade de moléculas e substâncias do sangue para o cérebro.

De acordo com os pesquisadores, a penetração de nanoplásticos através da BHE destaca a necessidade de mais pesquisas sobre sua potencial neurotoxicidade e efeitos de longo prazo na saúde humana.

Dr. Lehtonen comentou: “Nossa pesquisa fornece insights cruciais sobre o comportamento dos nanoplásticos em sistemas biológicos humanos. Entender como essas partículas atravessam a barreira hematoencefálica abre novos caminhos para o desenvolvimento de medidas preventivas contra seus danos potenciais.”

O estudo representa um passo significativo à frente no campo da nanotoxicologia. Espera-se que os métodos e descobertas inovadores sejam instrumentais na formação de futuras pesquisas e regulamentações sobre poluição nanoplástica e seu impacto na saúde humana.

Mais informações:
Fazel Abdolahpur Monikh et al, Biotransformação de nanoplásticos em plasma humano e sua permeação através de um modelo in vitro de barreira hematoencefálica: uma análise quantitativa aprofundada, Nano Hoje (2024). DOI: 10.1016/j.nantod.2024.102466

Fornecido pela Universidade da Finlândia Oriental

Citação: Nanoplásticos têm potencial para atravessar a barreira hematoencefálica, revela estudo (2024, 4 de setembro) recuperado em 4 de setembro de 2024 de https://phys.org/news/2024-09-nanoplastics-potential-blood-brain-barrier.html

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