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Parecia ser um conflito congelado no tempo, mas a operação lançada com uma velocidade vertiginosa pelos combatentes da oposição síria virou tudo isso de cabeça para baixo.
É também um forte lembrete da complexidade do conflito sírio.
O que era um impasse revelou que o regime de Presidente Bashar al Assad pode muito bem estar com pés de barro.
Ainda não se sabe se o impulso rebelde continuará a sua dinâmica e se transformará numa ofensiva mais ampla – mas o seu significado político e militar é imenso.
Aleppo já foi a maior cidade do país e foi um campo de batalha fundamental na guerra civil – mas também foi um reduto do regime.
O que está acontecendo agora é um grande golpe para o governo, pois mostra quão frágil se tornou o seu controlo sobre o poder.
Demonstra também que os rebeldes têm a determinação e a capacidade militar para desafiar a autoridade do regime em áreas estratégicas chave.
Os rebeldes compreendem muitos grupos diferentes que lutaram contra o regime desde o início da revolta síria.
Entre eles, o maior é o Hayat Tahrir al Sham, que controla a maior parte do território do noroeste controlado pela oposição.
O grupo estava ligado ao grupo terrorista Al Qaeda, mas renunciou a esses laços.
Grande parte do vídeo que está surgindo lembra o violento levante contra a ditadura de Assad em 2011 – caindo em um banho de sangue desde a chamada “Primavera Árabe”.
Oficialmente, a ofensiva foi lançada como forma de impedir os ataques aéreos do regime em território controlado pela oposição.
Pode ser que os próprios rebeldes fiquem surpreendidos com a falta de resistência do governo e com o sucesso que tiveram no espaço de três curtos dias.
O governo sírio retratou o que está a acontecer como um “ataque terrorista em grande escala” e prometeu reverter as perdas.
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É claro que há questões mais amplas sobre por que isso está acontecendo agora?
O Presidente Assad teria provavelmente perdido a guerra se não tivesse sido socorrido pela força aérea russa e pela Guarda Revolucionária Iraniana, bem como por uma tapeçaria de grupos militantes – incluindo o Hezbollah.
A Rússia está a lutar por recursos na Ucrânia e desviou a sua força aérea do teatro sírio.
O Irão e os seus representantes foram atacados por Israel depois de terem tentado explorar a carnificina do ataque do Hamas a Israel, em 7 de Outubro.
Com estas forças não tão fortes como eram, houve uma fenda na armadura do regime e os rebeldes parecem ter visto a sua oportunidade e não a deixaram escapar.
A questão agora é se os combatentes da oposição serão capazes de permanecer na linha da frente e consolidar a sua posição e talvez até lançar novos ataques aos centros de poder.
Neste momento, a situação permanece altamente volátil e incerta.
O avanço desafia certamente a ordem estabelecida, mas ainda não está claro se se trata de um revés para o regime ou do início de uma grande fase de escalada.
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