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Um investigador da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) desenvolveu um sistema que permite, através de um processo de oxidação avançado, tratar águas residuais e eliminar poluentes orgânicos prejudiciais à saúde humana.
A solução desenvolvida utiliza um catalisador utilizado em aplicações fotoquímicas – nitreto de carbono grafítico – para tratar águas residuais, informou hoje a FEUP em comunicado.
Este método, que utiliza um processo de oxidação avançado, foi desenvolvido pelo investigador André Torres Pinto, no âmbito da sua tese de doutoramento, e é “autossuficiente, escalável e economicamente viável”.
Na presença de luz visível e de alguns contaminantes orgânicos, a solução permite detectar se o catalisador leva à formação e ativação de peróxido de hidrogênio. [conhecido como água oxigenada]Acelerar a decomposição de poluentes.
Posteriormente, o pesquisador André Torres Pinto procurou ativar o catalisador combinando irradiação e corrente elétrica, o que possibilitou observar “desempenho maior” do que sob a influência apenas da luz.
A solução desenvolvida permite eliminar compostos derivados da produção industrial de azeite (fenol, tirosol, ácido gálico, resorcinol), bem como fármacos habitualmente encontrados em efluentes de estações de tratamento de águas residuais (fluoxetina, ibuprofeno, diclofenac).
O investigador afirmou no comunicado que este método permite “resolver aquele que é um dos principais problemas da sustentabilidade dos ecossistemas”, referindo-se à poluição dos recursos aquíferos.
Ele destaca que “o trabalho desenvolvido levou à criação de um sistema fotoeletrocatalítico altamente eficiente na remoção de compostos orgânicos da água, escalável e integrado a outras tecnologias para tratamento de diversas matrizes hídricas, levando à sua purificação”.
André Torres Pinto espera também que esta solução permita o cumprimento da directiva do Parlamento Europeu para o tratamento de águas em estações de tratamento de águas residuais até 2045.
Ele acrescentou: “Esta tecnologia pode ser aplicada para remover uma ampla gama de micropoluentes, o que deveria ser obrigatório para todas as instalações que atendem mais de 200.000 pessoas até 2045, com metas intermediárias em 2035 e 2040”.
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