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Médicos Sem Fronteiras relata bombardeios de artilharia em uma volátil cidade sudanesa, matando 11 pessoas e ferindo outras 90.

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Os Médicos Sem Fronteiras afirmaram que o fogo pesado de artilharia numa cidade sudanesa em conflito matou pelo menos 11 pessoas e feriu outras 90.

Em uma postagem na sexta-feira no X, anteriormente conhecido como Twitter, a organização de ajuda humanitária – conhecida pelas iniciais francesas MSF – disse que o ataque ocorreu no bairro de Karari, em Omdurman, na quinta-feira, mas não disse qual dos lados em conflito do país foi o responsável. Ela acrescentou que entre os mortos estavam crianças.

O Sudão tem assistido à violência desde meados de Abril, quando eclodiram tensões entre o exército do país, liderado pelo Tenente General Abdel Fattah al-Burhan, e as Forças paramilitares de Apoio Rápido, lideradas pelo Tenente General Mohamed Hamdan Dagalo, e se transformaram em combates abertos.

Desde então, os combates espalharam-se por várias partes do país, transformando a capital Cartum e a vizinha Omdurman num campo de batalha urbano. O conflito também alimentou a violência étnica na região de Darfur, no oeste do Sudão.

Os Médicos Sem Fronteiras disseram que os feridos no ataque de quinta-feira receberam tratamento no Hospital Al-Naw em Omdurman, uma das várias instalações médicas onde o grupo médico trabalha.

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Nem o exército nem as Forças de Apoio Rápido responderam imediatamente a um pedido de comentários.

Em uma postagem separada no Ninguém ficou ferido no incidente e MSF não culpou nenhuma das forças pelo ataque.

Wadi Madani está inteiramente sob controlo militar, enquanto Cartum continua contestada, com forças paramilitares a ocupar grandes áreas da cidade.

“Em setembro, nossas equipes já responderam a sete incidentes com vítimas em massa nos hospitais que apoiamos”, disse MSF no Canal X. “O sofrimento que esses combates brutais estão causando à população é insuportável”.

Os combates deslocaram 5,5 milhões de pessoas das suas casas em busca de segurança e refúgio, de acordo com os últimos dados da ONU, com 4,3 milhões deslocados internamente no Sudão e 1,2 milhões atravessando para países vizinhos.

Clementine Nkweta Salami, Coordenadora Humanitária das Nações Unidas no Sudão, disse numa conferência de imprensa na quinta-feira que 18 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária. Ela acrescentou que as agências de ajuda humanitária só alcançaram até agora cerca de 3,6 milhões de pessoas no país.

“A população do Sudão está no fio da navalha”, disse Nkweta Salami, descrevendo a situação como “a crise de deslocamento que mais cresce no mundo”.

O conflito matou pelo menos 5.000 pessoas e feriu mais de 12.000 outras, segundo as Nações Unidas. Grupos de activistas e médicos no país dizem que as mortes reais são muito mais elevadas.

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