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Uma lacuna aparentemente recuperável na política de refugiados – as discrepâncias em relação à reunificação familiar dos requerentes de asilo – trouxe um fim abrupto à consolidada carreira política de Mark Rutte (56 anos), o primeiro-ministro demissionário da Holanda. Rutte decidiu de surpresa nesta segunda-feira abandonar a política ativa, embora deva permanecer no cargo até as próximas eleições em novembro. Depois de quase 13 anos consecutivos como primeiro-ministro, ele havia se tornado o segundo mais resistente de toda a União Europeia, praticamente igual ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. Durante todo esse tempo, o partido —o VVD, os liberais de direita— foi o mais votado. A fragmentação que caracterizou a política holandesa por muito tempo obrigou a alianças governamentais, e ele conseguiu se manter à tona desde 2010. O fim, ao contrário, foi rápido. Rapidamente: o Executivo caiu na noite desta sexta-feira, Rutte apresentou sua renúncia ao rei Guillermo no sábado e na madrugada de segunda-feira anunciou sua despedida, garantindo que não é movido por outro interesse superior ao de seu país. A imprevisibilidade do seu anúncio, dentro e fora do arco parlamentar, deu lugar a elogios e pontes metafóricas, mais ou menos de prata, que costumam ser estendidas ao rival político para acelerar a sua marcha.
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