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Apesar das repetidas repressões contra a pirataria na Dinamarca, os piratas locais não parecem dispostos a ceder. A porcentagem de jovens dinamarqueses que baixaram ou transmitiram conteúdo ilegalmente ultrapassou 50%. O número de piratas ativos no ano passado também está crescendo, com plataformas legítimas de mídia social atuando como um gateway conveniente.
Três anos atrás, a polícia dinamarquesa realizou uma série de batidas e prisões, efetivamente desmantelando vários rastreadores de torrents populares.
Essas ações foram apoiadas pelo grupo antipirataria local Rights Alliance, que acabou declarando vitória, observando que todos os sites piratas notáveis com raízes dinamarquesas haviam sido fechados.
Tais declarações podem ser perigosas, pois os piratas podem ser bastante resistentes, mas não há dúvida de que as ações policiais e as condenações subsequentes deixaram uma marca. Então isso significa que a pirataria online também perdeu seu apelo? De acordo com uma pesquisa recente, esse não é o caso.
Estudo: Piratas são Teimosos
A Câmara de Comércio Dinamarquesa realiza um estudo semestral para rastrear os hábitos de pirataria dos habitantes locais. Os resultados mais recentes de 2022 acabaram de ser divulgados e mostram que o streaming e o download ilegais continuam prevalecendo.
Aproximadamente um terço dos entrevistados (33%) admite ter baixado ou transmitido algo no passado e 15% o fizeram no ano passado. O último número subiu de 12% durante a pesquisa anterior em 2020, e em 2018 era de apenas 10%.
Esses números sugerem que o número de pessoas que baixam ou transmitem conteúdo pirata está aumentando. Deve-se notar, no entanto, que na versão mais recente, pessoas entre 15 e 17 anos também foram incluídas, enquanto as amostras anteriores começaram aos 18 anos.

A idade certamente importa quando se trata de pirataria online. Pessoas mais jovens normalmente pirateiam mais e isso também se reflete na pesquisa dinamarquesa.
56% dos entrevistados têm experiência com pirataria
Mais da metade (56%) dos jovens de 15 a 29 anos admitem ter baixado ou transmitido conteúdo pirata no passado. Para a faixa etária de 30 a 39 anos, esse número ainda é relativamente alto em 52%, mas na categoria superior de 50 a 74 anos, cai para apenas 14%.
Os dinamarqueses mais jovens não apenas pirateiam mais do que seus colegas mais velhos, a prevalência da pirataria também cresce dentro do grupo. Em 2020, menos jovens dinamarqueses disseram ter baixado ou transmitido conteúdo pirata.
Há também diferenças substanciais entre homens e mulheres. Os homens têm duas vezes mais chances de piratear algo no último ano do que as mulheres. Para algumas categorias, a diferença é ainda mais acentuada. Por exemplo, os homens são cinco vezes mais propensos a piratear música.

Mídia social
Nos últimos anos, as autoridades conseguiram reprimir as comunidades locais de compartilhamento de arquivos, mas esse papel de ‘distribuição’ agora parece ter mudado para plataformas de mídia social.
“Nos últimos dois anos, a polícia distribuiu mais [file-sharing] sanções e investigou mais na área. No entanto, a consequência foi que os piratas dinamarqueses transferiram seu comportamento ilegal na internet para uma nova plataforma, a mídia social”, observa a pesquisa.
Dos 15% que admitem ter pirateado algo no ano passado, mais da metade usou a mídia social. O YouTube é o portal de pirataria mais citado, seguido pelo Facebook, TikTok, serviços de mensagens, Instagram e Snapchat. Como esperado, o uso de mídias sociais é mais prevalente na faixa etária mais jovem.
Comentando essas descobertas, a diretora da Rights Alliance, Maria Fredenslund, pede às plataformas de mídia social que assumam mais responsabilidades, ou então.
“Agora que a polícia [Special Crime Unit] interrompeu os serviços dedicados de compartilhamento de arquivos dinamarqueses, é uma pena que o consumo ilegal esteja se movendo para a mídia social legal”, diz Fredenslund.
“Isso exige um esforço redobrado dessas plataformas tanto no sentido de informar os usuários quanto de impedir a distribuição de conteúdo ilegal. Exige que as plataformas assumam um papel ativo e, se houver plataformas que não cumpram essa responsabilidade, pode ser necessário envolver as autoridades.”
Você não roubaria…
Casper Klynge, vice-diretor da Câmara de Comércio Dinamarquesa, observa que a pirataria de streaming apresenta um grande problema. Ele acredita que merece mais atenção das autoridades, pois o ‘roubo’ desenfreado ameaça a produção de conteúdos futuros.
“Transmitir conteúdo digital sem pagar é basicamente o mesmo que passar por uma loja e pegar itens para levar para casa sem pagar por eles”, diz Klynge.
Esta não é a primeira vez que a pirataria é comparada ao roubo. Curiosamente, no entanto, o estudo da Câmara de Comércio mostra que muitas pessoas veem uma diferença entre pirataria e furto em lojas.
De todas as pessoas que participaram da pesquisa, 89% acreditam que é inaceitável roubar doces de uma loja, enquanto ‘apenas’ 63% consideram inaceitável o compartilhamento de conteúdo digital sem a permissão dos detentores de direitos.
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