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Mais de 2.600 bactérias em média colonizam cada microfibra, incluindo uma espécie que potencialmente causa intoxicação alimentar – Strong The One

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Quase 200 espécies de bactérias colonizam microfibras no Mar Mediterrâneo, incluindo uma que causa intoxicação alimentar em humanos, de acordo com um novo estudo liderado por Maria Luiza Pedrotti, da Sorbonne Université, publicado em 30 de novembro na revista de acesso aberto PLOS UM.

As microfibras sintéticas e naturais da poluição plástica, da indústria têxtil e das atividades pesqueiras aumentaram dramaticamente no meio ambiente, tornando-se o tipo de partícula mais comum no oceano. Essas microfibras provavelmente representam uma ameaça aos ecossistemas aquáticos e à saúde humana, porque uma vez colonizadas por microorganismos, elas cheiram a comida e são consumidas por organismos marinhos. Devido à sua persistência, as microfibras provavelmente se acumulam em organismos marinhos à medida que se movem pela cadeia alimentar.

Para descobrir quais tipos de bactérias vivem em microfibras flutuantes, os pesquisadores usaram técnicas avançadas de microscopia e sequenciamento de DNA para identificar microrganismos que vivem em microfibras coletadas no noroeste do Mar Mediterrâneo. Eles descobriram que mais de 2.600 células vivem em média em cada microfibra. Essas células pertencem a 195 espécies bacterianas, incluindo Vibrio parahaemolyticusuma bactéria potencialmente perigosa que causa intoxicação alimentar de frutos do mar.

Este novo estudo é o primeiro a relatar a presença de espécies patogênicas de Vibrio em microfibras no Mar Mediterrâneo. A descoberta é importante para avaliar os riscos à saúde, porque a presença da bactéria pode ameaçar o banho e o consumo de frutos do mar.

O estudo também levanta a questão do risco ambiental das microfibras. A quantidade crescente de resíduos plásticos persistentes no meio ambiente pode estar transportando bactérias perigosas e outros poluentes pelo oceano, aumentando assim o risco de contaminação em comparação com partículas naturais de vida curta, como madeira ou sedimentos.

Maria Luiza Pedrotti acrescenta: “O papel das mudanças climáticas também influencia na disseminação dessa bactéria potencialmente patogênica. Estudos mostram que a temperatura tem correlação significativa com o aumento de Vibrio spp e o surgimento de infecções. Neste vibrio, as temperaturas do verão litorâneo variaram de 25,2-26,5°C, enquanto este ano, no mesmo local, atingiram 29°C.”

Fonte da história:

Materiais fornecidos por PLOS. Observação: o conteúdo pode ser editado quanto ao estilo e tamanho.

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