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Lítio: A viabilidade ambiental da mina do Barroso foi uma vontade política

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A Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), Boticas, afirmou hoje que a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) da mina de lítio resultou de vontade política e não de um processo de avaliação transparente.

A associação criada para combater a exploração mineira respondeu, em comunicado, a um documento hoje divulgado, no qual o Ministério Público (MP) concluiu que o DIA na mina do Barroso “sofre do vício de violar a lei” e “deveria ser extinto”. .”

O MP foi notificado para se pronunciar na sequência da ação judicial movida pela Junta de Freguesia de Covas do Barroso, para cancelamento do DIA da mina do Barroso, remetendo requerimento para o Tribunal Administrativo Fiscal (TAF) de Mirandela onde decorre o processo.

“Face ao exposto, o Ministério Público não só aderiu à posição manifestada pela Junta de Freguesia, como ampliou o âmbito das violações legais do projecto”, refere a UDCB.

Porque o que considera “dá razão” à tese defendida pela Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), pela junta de freguesia e pela comunidade local dos baldios de Covas do Barroso, nomeadamente que “o DIA resultou mais de vontade política do que de um processo de avaliação transparente e pluralista implementado dentro dos padrões legais aplicáveis.

A APA tornou ambientalmente viável a exploração de lítio na mina do Barroso, na zona de Vila Real, e emitiu em maio a licença adequada, mas inclui um vasto conjunto de condições.

A duração da mina que a Savannah pretende explorar está estimada em 17 anos, e a área de concessão prevista é de 593 hectares.

O documento da MP foi emitido pela Câmara de Boticas e também pela UDCB e foi consultado pela Agência Lusa.

Um dos aspectos destacados pelo MP é o perigo que representa a expansão da actividade mineira do Importante Sistema do Património Agrícola Mundial do Barroso (SIPAM), conduzindo à sua degradação e, portanto, à possibilidade da sua desclassificação, o que viola os compromissos internacionais assumidos pelo Estado Português. Acordou com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em proteger, apoiar e melhorar a qualidade de vida na região.

“Ao antecipar e aceitar a hipótese de desintegração do SIPAM, o ato administrativo consubstanciado no DIA erra manifestamente, nesta dimensão de violação da obrigação internacional do Estado, na avaliação dos factos e do direito, verificando a violação da lei , que significa revogação”, pode ler-se no parecer do MP.

O projeto da mina do Barroso foi apresentado como uma expansão, mas o MP entende que se trata de “um conjunto de novos subprojetos, não analisados ​​pelo DIA, cujo impacto, intensidade e complexidade ultrapassam a área a expandir”.

Afirma-se ainda que o DIA não avalia adequadamente a gestão dos resíduos mineiros, não determina os riscos de exposição a acidentes e desastres das seis barragens planeadas e não polui o ambiente aquático (Rio Covas e águas subterrâneas).

Segundo o MP, não tem em conta o impacto real deste projeto cumulativamente com o impacto da mina do Romano prevista em Montalegre, devido à proximidade e dimensão dos dois projetos.

Relativamente ao lobo ibérico, o deputado salienta que as medidas de redução previstas “carecem de comprovação de eficácia”.

“A comunidade de Covas do Barroso continuará a lutar pelo futuro da região e apela ao povo de Barroso para que não aceite ser sacrificado em nome de uma transição que serve apenas algumas indústrias europeias e os interesses do poder político que beneficia O futuro de Barroso passa pela defesa e valorização do património agrícola mundial, e não pelo seu fim.

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