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Como muitos migrantes que cruzaram da Venezuela para a Colômbia pela passagem de Paraguachón, Evelyn Cruz dormia na rua quando chegou a Maicao, em La Guajira, há seis anos. “No começo, foi difícil para mim”, admite esta caracasense de 38 anos, que ficou viúva ao chegar e enterrou o marido deste lado da fronteira da melhor maneira que pôde. Em Caracas, “não aguentava mais”, diz sem amargura. “Aos poucos parei com a reciclagem, paguei aluguel, mas me falaram de La Pista e vim para cá. Fiz meu sítio e comprei folha por folha”, conta de sua casa, pontilhada de todo tipo de objeto reaproveitado, em um dos maiores assentamentos informais da América Latina. Aos poucos, cinco de seus sete filhos e sua netinha também desembarcaram. “Saí na frente, com a ajuda que eles têm nos dado, nem tudo tem sido triste”, diz com otimismo. “Não vejo a hora de voltar. Meus filhos já têm tudo aqui.”
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