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Tudo o que Kelvin Kiptum sabia era vencer – quebrando barreiras e demolindo recordes no caminho para o estrelato da maratona.
Apenas três maratonas foram disputadas pelo queniano – em Valência, Londres e Chicago – e ele fez história em todas elas.
Tal era o seu destino.
Nascido em alta altitude Queniano região que é o coração da corrida de longa distância, Kiptum fez o que todos pareciam fazer: correr.
E nas trilhas e estradas, entre pastorear o gado da família, o talento foi sendo aprimorado antes de se destacar como o talento mais extraordinário do Vale do Rift.
O jovem de 24 anos será lembrado por tudo o que foi conquistado tão rapidamente, tão jovem – e como as corridas que ele estava destinado a dominar nos próximos anos sentirão sua ausência.
Foi uma marca da sua posição no Quénia que o seu morte em um acidente de carro no Vale do Rift, no domingo à noite, provocou uma torrente instantânea de homenagens por parte dos líderes políticos, apesar de já ser tarde.
Luto nacional por um ícone do esporte que entrou em cena e aproveitou ao máximo seu talento antes que sua vida fosse tão cruelmente interrompida.
“Tive que encontrar tempo para correr”, ele lembrou certa vez de ter crescido na vila de Chepkorio.
Aqueles que acompanharam as suas meias maratonas internacionalmente a partir de 2019 viram o brilho emergir.
Mas foi há apenas 14 meses, em Valência, que correu a sua primeira maratona. Foi a estreia em maratona mais rápida de todos os tempos.
Ele se anunciou para o Marathon Majors de uma forma surpreendente.
Apenas em sua segunda maratona, nas ruas de LondresKiptum ultrapassou a linha de chegada no Palácio de Buckingham tendo quebrou o recorde do curso.
Foi a segunda maratona mais rápida de todos os tempos, perdendo o recorde mundial por 16 segundos.
Seu estilo de corrida característico ficou claro – correr com o pelotão durante a primeira metade da corrida e depois acelerar até a glória.
“Voltarei para casa, descansarei um pouco e conversarei com minha equipe”, disse Kiptum em Londres. “Talvez então pensemos no recorde mundial.”
Ele não teve que esperar muito para reivindicar esse marco do compatriota queniano Eliud Kipchoge.
O marco que é seu legado foi garantido apenas em sua terceira maratona em Chicago, em outubro.
Até esta viagem aos EUA, nenhum homem havia corrido 42 quilômetros em menos de duas horas e um minuto antes.
Kiptum fez mais do que apenas conseguir isso, quebrando o recorde mundial em 34 segundos.
A marca de duas horas e 35 segundos só foi ratificada na semana passada pelo presidente da World Athletics, Sebastian Coe.
E Kiptum morreu – junto com o técnico ruandês Gervais Hakizimana – com mais história em vista.
Ele estava treinando para tentar outro feito notável – de olho na primeira maratona oficial com menos de duas horas em Roterdã, em abril.
“Isso pode parecer ambicioso, mas não tenho medo de estabelecer esse tipo de metas”, disse ele.
“Não há limite para a energia humana.”
Sempre empurrando seu corpo com disciplina, desejo e determinação.
Nisso olímpico ano, a maratona de Paris parecerá um campo diminuído sem Kelvin Kiptum.
Ele deixa um legado de registros marcados pela tragédia e pelo brilho perdido.
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