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O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão planeja decretar restrições à exportação de 23 tecnologias usadas na produção de semicondutores.
A medida ocorre em meio a intensa pressão dos EUA para cortar o fornecimento de equipamentos de fabricação de chips da China e segue uma decisão semelhante decisão pelo governo holandês no início deste mês.
“Estamos cumprindo nossa responsabilidade como nação tecnológica de contribuir para a paz e a estabilidade internacional”, disse o ministro do Comércio do Japão, Yasutoshi Nishimura, durante uma coletiva de imprensa, de acordo com Reuters.
Ao contrário dos EUA, que decretaram amplas restrições de exportação visando fabricantes de chips chineses e instituições governamentais, os controles de exportação do Japão estão sendo aplicados em seus próprios termos. As regras, que devem entrar em vigor em julho, exigirão que os fornecedores japoneses de equipamentos e materiais semicondutores obtenham permissão antes de exportar o kit para qualquer região. Isso significa que comprar produtos de fabricação de chips do Japão está prestes a ficar muito mais difícil para todos – não apenas para a China.
A abordagem reflete a da Holanda, que evitou especificamente nomear a China e, em vez disso, concentrou-se em impedir que tecnologias sensíveis fossem usadas para aplicações militares indesejadas por potências estrangeiras.
No entanto, a decisão representa uma vitória para os EUA. Enquanto a administração Biden promulgada rígidos controles de exportação que impediam muitos fornecedores de equipamentos americanos de fazer negócios na China sem permissão, faltava-lhe autoridade para impedir que outras nações adquirissem kits de fabricação de chips em outros lugares. Nos meses que se seguiram, os EUA se engajaram em uma campanha de pressão para convencer seus aliados a se juntarem à sua causa.
Se os EUA não tivessem conseguido convencer holandeses e japoneses, os dois países teriam representado um buraco considerável no bloqueio do governo Biden.
Embora a indústria de chips semicondutores do Japão não seja tão grande quanto a de Taiwan ou da Coréia do Sul, ela continua sendo um importante fornecedor de equipamentos de fabricação, incluindo máquinas de litografia ultravioleta profunda (DUV) usadas para produzir chips de até 10 nm. Dois dos maiores produtores dessa tecnologia incluem os fabricantes japoneses de ótica e câmeras Canon e Nikon.
Mas, embora o Japão tenha se unido aos EUA e à Holanda em espírito, vale a pena notar que os controles de exportação não significam necessariamente que os fabricantes de chips chineses serão completamente cortados. Nenhuma das restrições anunciadas até agora representa uma proibição total do comércio com a China. Em vez disso, os fabricantes de chips devem obter permissão dos reguladores antes de vender equipamentos ou serviços.
O impacto econômico das decisões ainda está por ser visto. Segundo a Reuters, a Nikon espera que a venda de pelo menos duas de suas máquinas de litografia seja restringida pelas novas regras. Essas máquinas podem valer dezenas ou centenas de milhões de dólares, por isso é um ponto de pressão para as empresas envolvidas. ®
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