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Israel debate introdução da pena de morte no caso de assassinato de judeus por motivos políticos

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Um projeto de lei para punir o assassinato de judeus israelenses por motivos políticos com a pena de morte passou em seu primeiro processo parlamentar na quarta-feira. A iniciativa, liderada pelo partido de extrema direita Poder Judaico e apoiada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, recebeu 55 votos a favor, nove contra e zero abstenções em sua leitura preliminar. O plenário do Parlamento (120 deputados) ficou meio vazio porque um setor da oposição boicotou a sessão, quando também foi votada contra parte da polêmica reforma judicial promovida pelo Governo, contra a qual milhares de israelenses saíram às ruas nesta quarta-feira após dois meses de manifestações massivas.

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Netanyahu compara os protestos contra a reforma judicial a um ataque de colonos radicais aos palestinos

Protesto em Tel Aviv contra a reforma judicial, nesta quarta-feira.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comparou nesta quarta-feira as manifestações em Tel Aviv contra a polêmica reforma judicial promovida pelo governo com o “pogrom” – definido pelo chefe do Comando Central do exército israelense, Yuval Fuchs – que ele executou um grupo de colonos judeus radicais no último domingo na Cisjordânia. Ultranacionalistas mataram um palestino e incendiaram dezenas de suas casas e veículos na cidade de Huwara em retaliação pela morte pouco antes da morte de dois israelenses em um ataque.

O ministro das Finanças de Israel, o de extrema-direita Bezalel Smotrich, pediu esta quarta-feira para “eliminar” Huwara, embora posteriormente tenha qualificado que se referia “apenas a terroristas” e às mãos das forças de segurança. Cinco pessoas foram presas nesta quarta-feira por essas ações.

Netanyahu fez o símile em um discurso extraordinário no final da tarde de quarta-feira, depois que milhares de israelenses marcharam em diferentes partes do país. O primeiro-ministro tem insistido que “o direito de manifestação não é o direito de levar o país à anarquia” e que “existem linhas vermelhas que não podem ser cruzadas”, referindo-se aos bloqueios de estradas e incidentes violentos, que têm sido anedóticos.

Alguns policiais ficaram feridos em confrontos com manifestantes, de acordo com o chefe da força policial, Kobi Shabtai. Pela primeira vez, os agentes usaram canhões de água e granadas de efeito moral para dispersar o protesto, motivado pela votação no Parlamento de parte da reforma, contra a qual centenas de milhares de israelenses se manifestam há dois meses. Um grupo se manifestou a dezenas de metros de sua residência em Jerusalém, que foi isolada.

Netanyahu também acusou “atores estrangeiros” não especificados de promover as manifestações. Além disso, dedicou boa parte de seu discurso a comparar a atitude “irresponsável” da oposição, liderada pelo ex-primeiro-ministro Yair Lapid, com a demonstrada em 2005 por aqueles que rejeitaram a retirada de colonos e soldados de Gaza, realizada por Ariel Sharon e ao qual Netanyahu se opôs. “Não vimos então o que vemos agora”, disse, apesar de durante o Desengajamento (seu nome oficial) terem ocorrido confrontos com as forças de segurança e apelos à desobediência civil.

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