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Em janeiro de 1968, sete meses depois de Israel triplicar seu território sob controle ao vencer a Guerra dos Seis Dias, o então presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, recebeu o primeiro-ministro do país, Levi Eshkol, e perguntou-lhe: “O que tipo de Israel que você quer?” Eshkol mencionou várias condições até acabar admitindo: “Decidimos não decidir […]. Infelizmente, não posso dizer que tipo de Israel eu quero.” Com apenas 20 anos de vida, o Estado judeu duvidava do que seria quando crescesse, ainda mais em plena embriaguez nacionalista pela conquista de Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Sinai e Colinas de Golã. Israel completa 75 anos nesta quarta-feira, mas ainda seria difícil responder à pergunta de Johnson, em meio a uma de suas maiores crises política e social, com a população judaica profundamente dividida em decorrência da reforma judicial do governo de Benjamin Netanyahu e com o autêntico elefante na sala (a ocupação militar da Palestina) quase ausente do debate público, como se a última escalada de violência fizesse parte do estado natural das coisas.
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