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Tem o sentido de urgência que todos os activistas revelam, especialmente aqueles mobilizados para questões ligadas à sustentabilidade ambiental. Isabella Teixeira acredita que através da comunicação se pode ir mais longe, por isso se comprometeu a divulgar, apelando à responsabilidade partilhada de todos pelo futuro do planeta. Nesta entrevista – a propósito da sua participação no TEDx Porto “The Unspoken Truth About Climate Change”, apoiado pela VINCI Energies Portugal – diz que “a sociedade civil é muito mais poderosa do que o ativismo climático governamental”, o que até revela o seu ponto de vista. tem confiança no Povo?
Quando foi ministra do Meio Ambiente do Brasil, entre 2010 e 2011, ela se concentrou no combate ao desmatamento na região amazônica e conseguiu uma redução desse processo em cerca de 84%. Ela também foi uma das organizadoras da Cúpula da ONU Rio+20 sobre Desenvolvimento Sustentável. Em 2012, o então Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, selecionou-a para integrar o Comité de Indivíduos Responsáveis pela Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, o que diz muito sobre o reconhecimento que ela alcançou na comunidade internacional. Além de defensora apaixonada da causa ambiental, Isabella Teixeira também é uma comunicadora nata e acredita no poder de eventos como o TEDx, do qual já participou, como ponto de partida para discutir ideias em torno das quais a sociedade civil possa se mobilizar . Justa causa… Por sua carreira excepcional, Isabella Teixeira recebeu o Prêmio Campeões da Terra da ONU em 2013 e, desde 2017, é copresidente do Comitê de Recursos Internacionais do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Aqui fica a estimulante conversa que teve com Katia Margarido, Head of Environment da VINCI Energies Portugal.
No TEDx não existe formato Conectado, pode atrair mais pessoas. Quais são as suas expectativas em relação a este tipo de evento e como pode ser alcançado o seu sucesso entre a sociedade civil e as empresas?
Em primeiro lugar, é surpreendente que o TEDx entre em outra dimensão de discussão, porque é um verdadeiro debate político, sobre o uso das redes sociais e a questão virtual. Essa é uma realidade política no mundo, podemos estar fugindo ou não sabendo lidar com essa transformação, mas é a perspectiva da inclusão. Um CurtidasUm Não gosto Isso significa que a pessoa está acessível e pode me enviar uma mensagem dizendo: “Não gostei do que você disse”.
Isso nunca aconteceria no mundo físico…
As barreiras físicas são enormes. Quando estamos na sala de negociações, temos que estar certificados para entrar lá. Se estivermos em um evento do YouTube, vamos ao computador e nos dirigimos a essa pessoa. Podemos enviar uma mensagem e ela pode nos cancelar ou suspender. Normalmente, eu respondo, tenho esse comportamento e acho importante que as pessoas tenham. Este formato promove a inclusão política dos atores interessados. Não é um formato apenas para acessar informações ou me ver falar sobre certas coisas. Eu vejo isso como uma perspectiva de inclusão.
A segunda questão é um desafio para a minha geração: falar a língua de quem consome esse tipo de informação. Às vezes é muito difícil, porque temos que traduzir todos esses termos, todas as minhas experiências de vida em algo que eles entendam e possam usar para se transformarem. São agentes de transformação, não agentes passivos.
Não é só dar Curtidas Ou um Deslizamentos. Na verdade, quão relevante será essa informação e como essa pessoa – e seu grupo de parceiros, amigos e comunidade – utilizará essa informação no seu dia a dia.
Qual é o principal desafio neste tipo de comunicação?
É muito diferente do formato tradicional, onde nos reunimos numa sala de reuniões, num seminário ou numa conferência e eu estou no palco falando sozinho. O desafio agora é falar pela câmera, sem saber quem está do outro lado. Isso é muito difícil, porque na sala vemos pessoas, expressões, adotamos o tom da troca e sabemos se devemos destacar certas mensagens ou menosprezar outras. Na prática, temos que transmitir conteúdos que impeçam uma pessoa de sair da sala após 15 minutos. Temos que conversar de uma forma que faça com que a pessoa se sinta motivada a passar o próximo minuto conosco. Vivemos em um mundo aberto de informações, que podem ser acessadas em qualquer lugar. verdadeiro falso, forjado, Não importa. Temos que motivar as pessoas a fazerem parte dessa construção que compartilhamos.
Como você pode conseguir essa participação das pessoas?
Nosso mundo está passando por problemas e crises. Apresentar problemas e crises. Não podemos esperar que a temperatura baixe um grau e meio, conforme apurou o cientista político. Preciso reunir as pessoas hoje. A sociedade civil provou ser muito mais poderosa do que o activismo climático governamental. Tem a capacidade de interagir politicamente fora do mundo virtual. O mundo físico não está acostumado a lidar com isso. Não se trata apenas de abrir salas para receber pessoas; É saber discutir como resolver problemas na sua língua. Isto representa um desafio.
O mundo virtual nos traz isso porque após finalizar o encontro, as pessoas vão às redes sociais e se comunicam sem nenhum problema, independente da geração a que pertencem. As pessoas da minha geração dizem: “Mas ainda não amadurecemos as nossas ideias”. Este é um mundo totalmente novo.
Qual o papel do TEDx neste contexto?
Acho que o TEDx tem uma fórmula de impacto e mobilização. Concordemos ou não, quero traduzir isso para outros formatos digitais, em outros grupos, em outras comunidades, e isso acaba impactando minha universidade, meu trabalho, aquilo em que voto no futuro e como discuto política.
Pertenço a uma geração que viveu metade da sua vida no século passado e espero viver mais de metade neste século. É por isso que estou discutindo a sociedade móvel, esse movimento físico e digital.
Isto é o que temos que entender. As coisas que acontecem nas redes definem esses eventos, definindo uma nova relação com o consumo de informação e com o conhecimento. Começaram processos que podem transformar as escolhas desta geração e transformar os desafios que enfrentamos no presente num futuro melhor. É por isso que adoro esse formato, é difícil olhar para a câmera, imaginar quem está ao meu lado ou entender que tenho que falar sobre temas que permitam que outros abordem os problemas e indiquem o caminho.
Existe uma dimensão política neste processo?
Há interesse político, sim. Nos países em desenvolvimento, no Sul e mesmo nos países desenvolvidos, esta agenda deve combinar desenvolvimento e democracia e deve permitir que o clima nos torne menos vulneráveis a vulnerabilidades e riscos futuros. O que eu quero é que as pessoas assumam o controle, progridam e sejam capazes de inovar. Este é um compromisso com a responsabilidade compartilhada.
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