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Com o lastro dos meses, a guerra acaba democratizando o medo e a dor. Irina Vereshchuk (Rava-Ruska, 43 anos), uma das figuras mais proeminentes do governo de Volodimir Zelenski, teve lágrimas nos olhos várias vezes durante sua reunião com o EL PAÍS em Kiev no último sábado. Ela responde, explica e raciocina como Vice-Primeira-Ministra do Executivo sem conseguir isolar o seu argumento da aposta da família na frente: o marido e o filho são militares. Defende a permanência “dura e necessária” do exército local na batalha de Bakhmut, onde assegura que a Rússia bombardeia as evacuações de civis; insiste que não lhes faltam soldados, mas carecem de armas e munições suficientes, e reconhece que se preparam para reconstruir o Estado ucraniano “do zero” na península da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014. A Rússia “não vai desmoralizar nós”, responde depois de ter aparecido o último vídeo com o tiroteio brutal de um soldado local.
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