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O Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto lidera um projeto que visa desenvolver, testar e demonstrar sistemas de produção aquícola “inovadores e sustentáveis” em seis países africanos.
O centro da Universidade do Porto explicou hoje em comunicado que o projeto, intitulado INNOECOFOOD e financiado no âmbito do programa Horizonte Europa, teve início em janeiro.
O objetivo do projeto, que envolve 21 parceiros, é instalar unidades de produção em quatro “ECOHUBS” e implementar a monitorização em seis explorações aquícolas locais (“laboratórios vivos”).
Em ambos os casos, serão utilizadas tecnologias digitais que serão “o catalisador para a geração de novas áreas de negócio” e formação para agricultores, aquicultores, jovens e mulheres nos países africanos.
O objectivo é que através destes centros ambientais seja possível formar 120 jovens, 120 mulheres e cerca de 5.000 trabalhadores a nível local.
O projeto visa “desenvolver sistemas sustentáveis de produção agroecológica de alimentos que, ao mesmo tempo, proporcionem benefícios sociais e económicos aos produtores e às comunidades locais, tanto em África como na Europa”, destaca o centro.
“Essas unidades produzirão e processarão peixes, microalgas e insetos de aquicultura localmente, a fim de garantir um fornecimento sustentável e responsável de alimentos e rações seguros e de alta qualidade”, disse o pesquisador Antonio Márquez, citado no comunicado.
Segundo o investigador, o processamento de recursos locais será conseguido “através de sistemas inovadores de refrigeração e secagem, energia renovável e reciclagem de subprodutos e água dentro dos ECOHUBS”.
“O projeto abrirá novos caminhos para permitir que as comunidades locais criem valor através do desenvolvimento sustentável de alimentos e rações saudáveis para a aquicultura”, destaca o CIIMAR.
A utilização de tecnologias digitais, como a inteligência artificial e a Internet das Coisas, irá desenvolver “sistemas inteligentes de controlo e regulação para monitorizar a eficiência operacional dos ECOHUBS”.
E acrescenta: “Esse tipo de tecnologia será selecionada e instalada nos quatro ECOHUBS por meio de sensores para coleta de dados em tempo real, e terá a função de monitorar e controlar a produção de peixes, espirulina e insetos, além de controlar o processamento equipamento.” .
O projeto inclui 17 instituições de investigação e quatro empresas europeias (Portugal, Reino Unido, Alemanha, Bélgica e Turquia), além de empresas africanas (Quénia, Uganda, Tanzânia, Namíbia, Gana e Egito).
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