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A Índia é um país com duas faces muito marcadas, um vasto subcontinente de extremos: o Estado capaz de lançar foguetes ao espaço e ao mesmo tempo sofrer um acidente ferroviário em que morreram 275 pessoas e mais de mil ficaram feridas. Muitos deles eram trabalhadores migrantes que viajavam no expresso para encontrar um meio de vida em outro lugar. Na capital, Nova Delhi, esses dois mundos costumam coexistir e os resultados são dolorosos de se ver. Um exemplo: a Índia é este ano a orgulhosa sede do G-20, fórum que reúne as maiores economias do planeta. Um dos centros de reuniões fica em um prédio moderno localizado em uma área nobre, entre embaixadas; lá os grupos de trabalho dedicados ao desenvolvimento têm se reunido nestes dias. Mas a poucos metros da estrada, na esquina da mesma rua, há uma favela, e um animado grupo de crianças – moradores de favelas – saiu para a rua para jogar críquete. Eles acertam a bola logo na entrada da British School, cujos preços por aluno a tornam acessível apenas para a elite.
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