Resumo: Consideramos um mercado de energia internacional zonal e investigamos o potencial incentivos económicos para reduções a curto prazo das capacidades de transporte nas interligações existentes pelos operadores de redes de transporte responsáveis (ORT). Mostramos que se um TSO visa maximizar o bem-estar total doméstico, muitas vezes tem um incentivo para reduzir a capacidade nas interconectores para países vizinhos.
Em contraste com a literatura (limitada) sobre o assunto, que se concentra em incentivos por meio da evasão dos custos de balanceamento futuros, mostramos que os incentivos podem existir mesmo que se ignore o balanceamento e se concentre apenas nos ganhos de bem-estar no próprio mercado do dia seguinte. Nossa análise consiste em duas partes. Na primeira parte, desenvolvemos uma estrutura analítica que explica por que esses incentivos existem. Em particular, distinguimos dois mecanismos: um baseado nas diferenças de preços com os países vizinhos e outro baseado no preço doméstico da eletricidade. Na segunda parte, realizamos experimentos numéricos usando um modelo do sistema elétrico do norte da Europa, com foco no TSO dinamarquês. Em 97% das horas históricas testadas, de fato observamos incentivos econômicos para reduções de capacidade, levando a ganhos significativos de bem-estar para a Dinamarca e perdas de bem-estar para o sistema como um todo. Mostramos que o potencial de ganhos de bem-estar depende muito da capacidade do TSO de adaptar as capacidades de interconexão às condições de mercado de curto prazo. Finalmente, exploramos até que ponto a recentemente introduzida “regra dos 70%” europeia pode mitigar os incentivos para reduções de capacidade e seus efeitos no bem-estar.








