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O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas revelou hoje que a sua aplicação informática para comunicar e permitir queimadas e incêndios recebeu cerca de 1,6 milhões de pedidos no ano passado, um aumento de 600 mil em relação a 2022.
A plataforma de queimadas e queimadas, gerida pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), existe desde 2019 e permite a gestão centralizada dos pedidos de licenciamento e da comunicação, sendo que as queimadas carecem de comunicação prévia fora do período crítico dos incêndios rurais enquanto os incêndios florestais exigir uma licença.
No chamado período crítico de incêndios – geralmente entre 1º de julho e 30 de setembro – tanto os incêndios quanto as queimadas necessitam de autorização para serem realizados.
Os dados divulgados hoje pelo ICNF, durante a apresentação da nova campanha “Portugal Chama 2024-2026”, mostram que a plataforma Queime e Queime recebeu 1.655.010 ligações em 2023, enquanto no ano anterior recebeu 1.030.857, um aumento de 13%.
A plataforma queima-e-queima pode ser acedida através da aplicação móvel, do portal ICNF, e através da Linha SOS, que inclui diversas componentes relacionadas com ambiente, gestão florestal e queima-e-queima.
Segundo o ICNF, a Linha SOS recebeu no ano passado 111.803 chamadas relativas a pedidos de licenciamento ou comunicações sobre queimadas, mais 25% do que em 2022.
Em declarações à Lusa, o presidente do ICNF, Nuno Panza, disse que a grande maioria dos pedidos são feitos através do site ou do telemóvel, mas “também há ainda muitos pedidos feitos por telefone”, pois o número é gratuito.
Ele disse: “No ano passado tivemos mais de um milhão de ligações com diferentes formas de queimar ou queimar solicitações e atingimos um pico de quase 4 mil ligações no mesmo dia”, explicando que as solicitações enviadas pela plataforma permitem a automatização de todo o processo. processo a que tenham acesso as câmaras municipais. A esta aplicação são as autarquias locais que “permitem ou não” queimadas e incêndios “de acordo com as condições meteorológicas existentes nas zonas”.
Nuno Panza destacou a “grande mudança” ocorrida nos últimos anos devido às campanhas de sensibilização: “As pessoas já não costumam pensar em queimar gordura nos dias mais perigosos do ano”.
O responsável sublinhou que o maior número de pedidos ocorre “fora da tradicional época de verão”.
Mas explicou que há dias no inverno em que há períodos de seca por falta de chuva, não podendo ser feitas queimadas, lembrando que “por isso esta plataforma é considerada muito importante”.
A Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF) apresentou hoje a nova campanha “Portugal Chama”, que decorrerá até 2026, depois da anterior campanha, que decorreu entre 2019 e 2023 e tem o mesmo nome, ter permitido reduzir os incêndios florestais em mais da metade em seis anos., e conseguiu prevenir cerca de 60 mil.
A primeira campanha “Portugal Chama” conseguiu “mudar muitos comportamentos do povo português”, disse à Lusa o presidente da AGIF.
“Ainda há 7.000 incêndios por ano, a maior parte deles intencionais”, frisou Tiago Oliveira, sublinhando que agora deve haver “tratamento específico: ou ação policial ou também um trabalho de sensibilização próximo”.
Na cerimónia de apresentação da campanha, Manuel Rocha, da Guarda Nacional Republicana, apresentou a operação “Floresta Segura” levada a cabo pela Guarda Nacional Republicana, que consiste em várias etapas, nomeadamente a implementação de ações de sensibilização, fiscalização, investigação de incêndios e combate a incêndios. .
Entre 2019 e 2023, a Guarda Nacional prendeu 599 pessoas pelo crime de incêndio florestal, prendeu 3.882, registou 25.694 crimes e investigou 42.963 incêndios, além de emitir 25.336 infrações administrativas, a maior parte delas por falta de limpeza dos terrenos.
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