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O município de Câmara de Lobos incentivou a plantação de árvores nas zonas afetadas pelo incêndio, numa “iniciativa simbólica” sobre o que deverá ser feito depois da limpeza dos terrenos.
“Foi uma iniciativa simbólica nesta altura, plantámos cerca de uma centena de árvores na zona da Boca da Corrida”, disse o presidente da Câmara de Câmara de Lobos, um dos concelhos afetados pelo incêndio que deflagrou em 14 de agosto. Na ilha da Madeira.
Em declarações à Lusa, o autarca disse que é necessário “limpar alguns dos bens danificados, cortar as árvores que viraram cinzas e preparar o terreno, porque depois virá o inverno e as chuvas”.
“Depois das cinzas está a esperança”, notou, lembrando que o trabalho foi desenvolvido em cooperação com as juntas de freguesia do Jardim da Serra e com o apoio do governo regional, através da Secretaria da Agricultura e do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza. .
Leonel Silva acrescentou ainda que “a logística está a ser preparada para que possamos plantar novas árvores assim que o terreno estiver limpo”, porque nesta fase o solo ainda não está pronto e não há água suficiente para as regar.
Segundo o responsável, deverão existir “mais de 1.000 árvores para plantar” nas zonas consumidas pelo fogo.
“O mundo e a vida devem continuar. Esta operação de limpeza está a ser coordenada com o governo regional”, acrescentou.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto na serra do concelho da Ribeira Brava, e propagou-se gradualmente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Após 13 dias, a proteção civil regional indicou que o incêndio estava “completamente extinto”.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais indicam mais de 5.045 hectares de área ardida.
Durante os dias em que o incêndio começou, as autoridades ordenaram que quase 200 pessoas deixassem as suas casas por precaução e disponibilizaram instalações de recepção públicas, mas muitos residentes regressaram às suas casas.
O combate ao incêndio tem sido dificultado pelos ventos e pelas altas temperaturas, mas segundo o governo regional, não há relatos de vítimas ou destruição de habitações e infraestruturas públicas básicas, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido afetadas, bem como áreas florestais. . .
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o chefe do poder executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse que se tratou de um incêndio criminoso.
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