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Um javali cruzou na frente da posição de um espanhol cujo codinome é Pastor. Era dia no front da província de Donetsk, no leste da Ucrânia, e o animal caminhava calmamente a meio caminho entre as trincheiras ucraniana e russa. Foi real, não sonhei, os dois lados puderam ver e ninguém atirou. À noite, ele também podia ver pelo olho mágico térmico como raposas, coelhos, corças e aquele pobre texugo que disparou uma granada de armadilha apareciam na terra de ninguém. “Nunca vi animais tratados melhor do que na guerra; procuramos o carinho dos cães e eles procuram-nos, humanizam-nos”, diz Pastor, que se apresenta como um soldado de elite espanhol, poucos dias depois de sair vivo do inferno.
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