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O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ontem que a Cimeira sobre a Ambição Climática, realizada em Nova Iorque, mostrou que é possível acelerar “uma transição justa para uma economia global verde”.
No seu discurso de encerramento da Cimeira da Ambição Climática, Guterres adotou um tom de otimismo, impulsionado pelas “medidas concretas” introduzidas no evento para “um mundo de ar limpo e energia limpa ao alcance de todos”.
Guterres disse que é possível dar passos importantes na direção certa: acelerar a descarbonização e proteger aqueles que estão na linha da frente da crise climática.
“Sabemos que a agenda de aceleração é prática, possível e alcançável. Vimos evidências disso hoje. Sabemos que é essencial manter vivo o limite de 1,5 grau (aumento de temperatura). Mas não tenhamos ilusões”, disse ele. Há um longo caminho a percorrer para que a cimeira COP28 tenha sucesso.
De acordo com as Nações Unidas, a cimeira representa “um marco político crítico para demonstrar que existe uma vontade global colectiva de acelerar o ritmo e a escala de uma transição justa para uma economia global mais equitativa, baseada nas energias renováveis e na resiliência climática”.
O antigo primeiro-ministro português disse que todas as cidades, empresas e países – especialmente o G20 – devem mostrar verdadeira ambição e honrar as suas promessas climáticas.
Entre as prioridades urgentes para os próximos meses, o Secretário-Geral da ONU observou que o G20 deve mostrar que irá acelerar a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, bem como a implantação de energias renováveis.
Guterres apelou aos países desenvolvidos para fornecerem urgentemente os prometidos 100 mil milhões de dólares anuais (93,8 mil milhões de euros) e desenvolverem um plano claro para duplicar o financiamento para a adaptação verde.
“Precisamos da participação de todos para tornar isto uma realidade”, disse António Guterres.
O Secretário-Geral convocou esta cimeira de alto nível durante a 78.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas para exortar os líderes dos governos, empresas, cidades e regiões, a sociedade civil e as instituições financeiras a tomarem medidas em matéria de ação climática.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também esteve presente nesta cimeira, que se realiza num momento em que os danos causados pela crise climática já são generalizados e as emissões globais de gases com efeito de estufa permanecem em níveis recordes.
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