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Uma greve dos funcionários judiciais adiou hoje o julgamento de três activistas do Climáximo que, no dia em que as suspeitas de corrupção na extracção de lítio levaram à demissão do primeiro-ministro, apelaram na quarta-feira a uma “busca popular” à EDP.
O início do julgamento, marcado para as 14h00 no Complexo de Justiça de Lisboa, foi adiado devido a mais um dia de greve dos funcionários judiciais, dificultando a emissão de certidões de presença a advogados e arguidos em tribunal.
Os três activistas vão a tribunal sob a acusação de atentado à segurança rodoviária, do crime de desobediência e do crime de desobediência condicional, depois de bloquearem, no dia 19 de Outubro, a Rua da Escola Politécnica, em frente ao Museu de História Natural e Ciência, em Lisboa.
Leonor Kindas, activista do movimento ambientalista Clímax e uma das três arguidas no caso, disse à saída do tribunal: “Este tipo de acção não faz qualquer sentido, contra alguém que luta pela sua vida e contra a violência. ” [ambiental] Continuando” e recusou ser uma “vítima passiva”, questionando-se sobre as consequências de hoje para o governo e as empresas.
“O que se mostra hoje é que o governo e as empresas estão envolvidos numa aliança histórica contra a vida”, afirmou a activista, que disse não compreender porque é que está a ser processada e nem empresas como a Galp, a REN ou a EDP.
“António Costa demitiu-se, gostaria de saber quantos CEO destas empresas vão demitir-se”, questionou o ativista ambiental, minutos depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado, em comunicado ao país, que apresentou a sua demissão ao Presidente. da Repubblica, Marcelo Rebelo de Sousa, e que não pretendia voltar a pronunciar-se. Outra posição para o cargo, considerando que não é consistente com qualquer suspeita de atividade criminosa.
A demissão surge depois de o Ministério Público ter revelado que o primeiro-ministro é alvo de uma investigação aberta no Supremo Tribunal, sobre o comércio de lítio e hidrogénio.
Face aos acontecimentos de hoje, os activistas do Climáximo anunciaram na manhã desta quarta-feira, sem horário específico, um foco e “busca popular” na sede da EDP.
Sinem Eden, um dos outros arguidos, disse que apesar de todas as buscas e investigações realizadas hoje, “ainda há buscas desaparecidas”, ou seja, grandes empresas que têm impacto ambiental nas suas atividades, o que justifica a ação que apelou. na quarta-feira.
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