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No sábado, equipes de resgate ajudaram a evacuar mais de 400 visitantes que ficaram presos na famosa cidadela inca de Machu Picchu após manifestações antigovernamentais em todo o país transporte interrompido, de acordo com o Ministério do Turismo peruano.
“Esta tarde, os 418 visitantes nacionais e estrangeiros foram transferidos da cidade de Machu Picchu para… Cusco”, publicou a conta do ministério no Twitter, junto com fotos de um trem e passageiros.
Anteriormente, o Peru fechou indefinidamente o popular local turístico de Machu Picchu, já que a agitação mortal que atingiu o país por mais de um mês deixou centenas de turistas presos.
O Ministério da Cultura anunciou no sábado o fechamento da rede de trilhas incas e da cidadela de Machu Picchu “devido à situação social e para preservar a segurança dos visitantes” e do público em geral.
Dezenas foram mortos em protestos antigovernamentais que começaram no Peru no início de dezembro, após a destituição e prisão do ex-presidente esquerdista Pedro Castillo logo após sua tentativa de dissolver o Congresso. As autoridades declararam estado de emergência para tentar controlar a situação.
Por que Machu Picchu é afetado?
Cerca de 400 pessoas, incluindo 300 estrangeiros, estão retidas na cidade de Aguas Calientes, no início da trilha que leva a Machu Picchu, informou a agência de notícias francesa AFP.
Um turista chileno disse à agência de notícias que os turistas estavam fazendo fila para se registrar para a evacuação. “Não sabemos se um trem vai nos pegar”, disse o turista Alem Lopez.
O ministro do Turismo, Luis Fernando Helguero, disse na sexta-feira que os turistas não podiam deixar o local devido a danos na ferrovia em vários pontos. Acrescentou que algumas pessoas fizeram a longa e penosa caminhada até Piscacucho, a aldeia mais próxima com ligações rodoviárias, mas destacou que a maioria não aguentaria a caminhada.

No início desta semana, a ferrovia do Peru anunciou que estava suspendendo as operações entre as estações de Ollantaytambo e Machu Picchu devido a danos causados aos trilhos por manifestantes. A única maneira de chegar ao popular local turístico é de trem.
O distrito de Ollantaytambo é outra atração turística que fica a cerca de 47 quilômetros (quase 30 milhas) a sudeste de Machu Picchu. A cidade é conhecida pelas ruínas de Ollantaytambo, uma enorme fortaleza com grandes terraços de pedra.
Protestos continuam em Lima
Entretanto, no sábado, os protestos continuaram em vários pontos do país incluindo a capital, com mais um manifestante morto.
As autoridades disseram que o manifestante morreu após manifestações na cidade de Ilave, no sul.
Um videoclipe viral nas redes sociais de Ilave mostrou a polícia atirando diretamente contra uma multidão de manifestantes indígenas na praça da cidade.
A mídia local disse que manifestantes furiosos reagiram ateando fogo a uma delegacia de polícia.
As autoridades do hospital disseram que 10 pessoas ficaram feridas como resultado dos confrontos entre a polícia e a multidão.
Enquanto isso, estudantes realizaram protestos na Universidade Nacional de San Marcos, em Lima, uma das instituições educacionais de maior destaque no país. Repórteres locais postaram vídeos no Twitter supostamente mostrando as forças policiais invadindo o campus da universidade para interromper o protesto.
Vários estudantes teriam sido presos.
Houve demandas por novas eleições desde que a presidente Dina Boluarte assumiu o poder. A presidente lamentou a morte de manifestantes, cerca de 45 até agora, mas ela se recusou a renunciar.
rmt, ss/sms (AFP, EFE)
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