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O Google disse na sexta-feira que vai cooperar com a autoridade de concorrência da Índia depois que o principal tribunal do país confirmou uma ordem antitruste que obriga a empresa norte-americana a mudar a forma como comercializa sua popular plataforma Android.
A Comissão de Concorrência da Índia (CCI) decidiu em outubro que o Google, de propriedade da Alphabet, explorou sua posição dominante no Android e disse para remover as restrições aos fabricantes de dispositivos, incluindo aquelas relacionadas à pré-instalação de aplicativos e garantindo a exclusividade de sua busca. Também multou o Google em US$ 161 milhões (aproximadamente Rs. 1.308 crore).
Na quinta-feira, o Google perdeu uma ação na Suprema Corte para bloquear as diretivas, recebendo sete dias para cumprir.
“Continuamos comprometidos com nossos usuários e parceiros e cooperaremos com o CCI no caminho a seguir”, disse um porta-voz do Google em comunicado à Reuters, sem explicar as medidas que podem ser tomadas.
“Estamos revisando os detalhes da decisão de ontem, que se limita a medidas provisórias e não decidiu o mérito de nossa apelação”, disse o Google, acrescentando que continuará com sua contestação legal da decisão do Android.
O mais alto tribunal da Índia disse que um tribunal inferior – onde o Google primeiro desafiou as diretivas do Android – pode continuar a ouvir o recurso da empresa e deve decidir até 31 de março.
Cerca de 97% dos 600 milhões de smartphones na Índia rodam no Android, de acordo com estimativas da Counterpoint Research. A Apple tem apenas 3% de participação.
Na esperança de bloquear a implementação das diretivas do CCI, o Google contestou a ordem do CCI na Suprema Corte, alertando que poderia interromper o crescimento do ecossistema Android. Ele também disse que seria forçado a alterar acordos com mais de 1.100 fabricantes de dispositivos e milhares de desenvolvedores de aplicativos se as diretrizes entrarem em vigor.
O Google está preocupado com a decisão da Índia, já que as medidas são vistas como mais abrangentes do que as impostas na decisão da Comissão Europeia de 2018. Lá, foi multado por implementar o que a Comissão chamou de restrições ilegais aos fabricantes de dispositivos móveis Android. O Google ainda está contestando a multa recorde de US$ 4,3 bilhões (cerca de Rs. 34.935 crore) nesse caso.
Na Europa, o Google fez alterações posteriormente, incluindo permitir que usuários de dispositivos Android escolham seu mecanismo de pesquisa padrão e disse que os fabricantes de dispositivos poderão licenciar o pacote de aplicativos móveis do Google separadamente do Google Search App ou do navegador Chrome.
Alguns analistas dizem que o Google agora precisará fazer mudanças semelhantes na Índia para cumprir as diretrizes.
Faisal Kawoosa, fundador da empresa de pesquisa indiana Techarc, disse que o Google pode ter que considerar outros modelos de negócios, como cobrar uma taxa inicial de startups para fornecer acesso à plataforma Android e sua Play Store.
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