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Olhando as fotos do iPhone original, fico surpreso com o quão diferente e corajoso deve ter sido o pensamento por trás dele.
O primeiro iPhone, lançado em 2007, marcou uma nova era para celulares. Este dispositivo mudou a forma como usamos a tecnologia pessoal, e seu impacto é sentido em toda a indústria de tecnologia até hoje. Ele saltou à frente de seu tempo e criou um padrão que outros fabricantes só podiam sonhar na época.
Para entender a magnitude do primeiro iPhone, precisamos olhar para o cenário dos smartphones na época de seu lançamento. Se simplesmente compararmos o iPhone original com outros smartphones daquele tempo, rapidamente fica evidente o quão inovador o conceito da Apple foi. Infelizmente, hoje em dia a visão da Apple para o iPhone não é nem de longe tão ousada, mas essa é uma história para outro dia.
eu contra o mundo
O primeiro iPhone não foi apenas um passo à frente; foi um salto quântico, isso precisa ficar claro. Ele transformou smartphones de gadgets desajeitados, difíceis de manejar e desconcertantes em companheiros elegantes, intuitivos e poderosos. Antes do iPhone, os smartphones eram principalmente ferramentas para profissionais de negócios, completos com teclados físicos, sistemas de menus complicados e pequenas telas resistivas, na melhor das hipóteses. Eles eram mais sobre função do que forma, e suas interfaces de usuário eram um pesadelo para qualquer um que não fosse um verdadeiro entusiasta de tecnologia. Considere o HTC TyTN de 2006, um smartphone popular lançado apenas um ano antes do iPhone. O TyTN era um smartphone grande com um teclado QWERTY deslizante e uma tela sensível ao toque resistiva que exigia uma caneta para ser usada com alguma precisão. O Windows Mobile, a plataforma em que operava, parecia um sistema operacional de desktop simplificado em vez de algo concebido como uma plataforma mobile-first.


iPhone original e HTC TyTN – esses produtos devem ter vindo de dois planetas diferentes.
Navegar pelos menus era basicamente uma tarefa árdua, e a experiência geral estava muito longe da natureza fluida dos sistemas operacionais móveis de hoje. O TyTN está em forte contraste quando comparado ao primeiro iPhone. Basta olhar para os dois produtos lado a lado e considerar a imensa diferença em pensamento e visão. É como se os dois viessem de planetas diferentes.
Outros smartphones daquela época, como o BlackBerry Curve e o Motorola Q, também parecem quase inapropriados ao lado do iPhone original. Com seu renomado teclado físico e serviço de mensagens BlackBerry, o BlackBerry Curve era um dispositivo capaz de e-mail, mas simplesmente não tinha a fluidez e o puro apelo visual do iPhone. Enquanto isso, o Motorola Q era prático, mas sem inspiração. Uma tela pequena e um design rígido e voltado para negócios o faziam parecer ultrapassado, mesmo na época.
Esses dispositivos eram capazes, mas eram de uma época que não priorizava a experiência holística do usuário, como a Apple fez com o iPhone.
Isso muda tudo!
Uma capa de livro fantástica não garante um livro maravilhoso. O iPhone original nunca teria se tornado um fenômeno só com seu design extraordinário. Então, ele ofereceu uma experiência de usuário revolucionária. Era mais do que apenas outro telefone – era um poderoso computador móvel com um novo sistema operacional que era intuitivo, rápido e simples. Este era o iPhone OS (mais tarde renomeado para iOS).
O iPhone praticamente introduziu o multitoque capacitivo, uma tecnologia revolucionária que mudou a forma como os usuários interagiam com seus dispositivos. O iPhone parecia vivo graças a gestos inovadores e fáceis, como pinçar para dar zoom, deslizar para navegar e tocar para escolher.


BlackBerry Curve e Motorola Q – é assim que os smartphones costumavam ser.
A suavidade e a capacidade de resposta exibidas pelo iPhone também foram inovadoras. Os aplicativos abriam instantaneamente, a rolagem era fluida e toda a experiência foi projetada para ser o mais suave possível. Isso era um contraste gritante com o desempenho lento e lento de outros smartphones, que muitas vezes lutavam para acompanhar até mesmo tarefas básicas. O iPhone foi o primeiro smartphone que parecia realmente rápido e responsivo, e estabeleceu um novo padrão de desempenho na indústria móvel. O lançamento da App Store em 2008 foi outro momento inovador. Os usuários agora podiam baixar e instalar uma ampla seleção de aplicativos com apenas alguns toques. Isso transformou o iPhone em uma plataforma de jogos e produtividade multiuso. A facilidade com que os usuários podiam personalizar seus iPhones com aplicativos foi um fator-chave no sucesso de longo prazo do dispositivo e consolidou seu lugar como um fenômeno cultural.
“5 anos à frente da concorrência”
Olhando para trás, fica claro que o primeiro iPhone foi um gigante em mais de um sentido. Não era apenas um telefone da Apple – era uma nova maneira de pensar sobre o que um telefone poderia ser.
Do seu design revolucionário à sua funcionalidade inovadora, o iPhone estabeleceu um novo padrão para toda a indústria e, eventualmente, ao longo dos anos que se seguiram, mudou a maneira como vivemos e trabalhamos. Ao anunciar o original, Steve Jobs disse que sua criação estava 5 anos à frente da concorrência. Pelas minhas humildes estimativas, essa projeção estava correta. Levou anos para o Android se desenvolver e amadurecer a um nível que permitisse uma experiência geral fluente similar.
Estou escrevendo este artigo poucas horas antes de Tim Cook e sua equipe subirem ao palco para apresentar a série iPhone 16. Produtos que, por todas as expectativas, irão, na melhor das hipóteses, iterar um pouco o que já temos. Eles serão produtos excelentes, mas seguros. Tudo bem. Nem todo ano precisa trazer mudanças e melhorias radicais. Mas certamente estamos ficando famintos por alguma inovação radical, pelo próximo paradigma de smartphone, e o fato é que precisaremos da participação da Apple se quisermos ver uma mudança radical no mercado. Nem que seja pela influência que Cupertino estabeleceu.
O iPhone original pode ser uma grande fonte de inspiração, por causa da visão ousada e corajosa que teve que ir contra a corrente, contra o status quo e contra o consenso para se concretizar. Este ainda é o exemplo mais puro de disrupção em nossa indústria, e aparentemente é preciso uma figura controversa do nível de Jobs para que isso aconteça. Vamos ver de onde virá a próxima grande novidade.
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