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Ativistas do movimento Climáximo foram condenados por atentados à segurança rodoviária

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Três jovens activistas do movimento Climáximo foram hoje condenados a uma multa de 600 euros pelo crime de atentado à segurança dos transportes rodoviários, quando bloquearam a circulação na Rua de São Bento, em Lisboa.

Os três arguidos foram condenados a um ano de prisão, que foi substituído por 120 dias de multa no valor de cinco euros por dia.

Os arguidos foram também acusados ​​do crime de desobediência condicional (pena de prisão de um a cinco anos), mas o tribunal decidiu absolver as três jovens de 22 anos, alegando que o depoimento não se aplicava no contexto da manifestação. Nesse caso.

O juiz Afonso Denis Nunes explicou que o quadro legal que define a desobediência condicional em contexto de manifestação data de 1974, “da época do Movimento das Forças Armadas” e está “certamente já ultrapassado”.

No caso de um atentado à segurança rodoviária, “a punição justifica-se, porque tem de haver punição”, porque o direito “à manifestação e à circulação são direitos fundamentais” e não iguais, como considerou o juiz.

O facto de as jovens terem bloqueado a passagem para peões, criando problemas de trânsito, também afectou outras questões potenciais, como o “direito aos cuidados de saúde”. [no caso de existir algum transporte de doentes] Ou para trabalho” pelos motoristas.

Neste caso, Afonso Denis Nunes considerou que “o direito à liberdade de circulação deve prevalecer sobre o direito de manifestação” e que o protesto dos arguidos “foi excessivo”.

No final da sessão, após a leitura da decisão, a juíza dirigiu-se às jovens e sublinhou que “elas podem expressar-se como quiserem”, desde que “isso não afete outros direitos”.

Ele acrescentou que esta foi “a sentença mais caridosa que eles poderiam receber”.

No final da manhã, o tribunal estava equipado com baias de proteção e dois policiais impedindo que as pessoas chegassem ao local. Membros do Partido Socialista Progressista assistiram ao julgamento, embora não tenham aparecido sinais de activistas no local.

As autoridades prenderam os três jovens arguidos durante uma manifestação no dia 4 de outubro, quando desfraldaram uma faixa alertando sobre a emergência climática durante 20 minutos, bloqueando o trânsito, num protesto não autorizado.

Dois dos três arguidos afirmaram ser meros apoiantes do movimento, participando em reuniões de trabalho e esclarecimentos, mas Eva Falcato admitiu que fazia parte do grupo Climáximo, uma “organização horizontal” onde “todos têm uma opinião” sobre o que fazer para “sensibilizar a situação”. Emergência ambiental.

Na intervenção inicial, o juiz afirmou que os três arguidos “compreenderam os avisos policiais e recusaram sair da estrada” e “sabia que estavam a cometer desobediência condicional”. A estrutura para cada um dos crimes acusados ​​pode levar os réus a penas de prisão de até cinco anos.

“Como não nos deixaram ir ao Conselho da República”, como estava previsto para a manifestação de 4 de outubro, “encontrámos um tapete e sentámo-nos ali”, explicou Eva Falcato, que tentou justificar o caráter inorgânico do movimento. . Recusa em executar ordens.

Quando Eva Falcato foi questionada durante o julgamento se ela se arrependia de ter desobedecido à ordem policial, ela disse: “Lamento, mas ao mesmo tempo estou tentando entender o direito de manifestação, porque estamos enfrentando uma crise climática e continuo achando isto.” “O estranho é que isso é um crime.”

Em causa está o facto de esta acção específica – ocupação de uma passagem pedonal com sinalização – não ter sido autorizada, o que a arguida disse não ter conhecimento ser necessária para um “ajuntamento de três pessoas”, que é o número de jovens que estavam detido, dizia a placa.

Os outros dois arguidos afirmaram ser apoiantes do movimento e reiteraram que estavam profundamente preocupados com a emergência climática, e manifestaram o seu pesar pela falta de ação do Estado a este respeito.

Na quarta-feira, activistas do movimento ambientalista juntaram-se, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a um avião que irá viajar entre Lisboa e o Porto, numa acção para criticar o “ridículo, mortal (…) e absolutamente desnecessário” de estas ligações curtas quando existem alternativas de transporte.

O protesto surgiu depois de diversas ações ao longo das últimas semanas, como o bloqueio de diversas ruas e estradas, o lançamento de tinta ao ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordero, bem como ao edifício da FIL e a uma pintura de Picasso no Museu de Arte Contemporânea. Arte – Centro Cultural de Belém (MAC/CCB), e tapamento de buracos.No campo de golfe do Lumière com cimento.

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