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A França anunciou na terça-feira levar para casa 15 mulheres e 32 crianças que estavam detidas em um campo de detenção jihadista no noroeste da Síria, enquanto os países ocidentais continuam enfrentando pressão humanitária para repatriar seus cidadãos das prisões jihadistas.
O ministério francês dos Negócios Estrangeiros informou em comunicado que os adultos repatriados foram entregues às “autoridades judiciárias competentes”, enquanto os menores foram entregues aos serviços de assistência à infância e vão passar por acompanhamento médico e social.
Uma declaração do Ministério da Justiça e do departamento antiterrorista francês acrescentou que havia mandados de prisão para sete das mulheres repatriadas, enquanto oito foram colocadas sob custódia. As mulheres têm entre 19 e 59 anos.
O que sabemos sobre as repatriações
Os 47 repatriados foram todos trazidos do campo de prisioneiros de Roj, no nordeste da Síria, localizado a cerca de 15 quilômetros (9 milhas) das fronteiras da Síria com a Turquia e o Iraque. O campo abriga dezenas de milhares de estrangeiros com ligações suspeitas com o chamado Estado Islâmico.
Por quase uma década, jihadistas de todo o mundo, incluindo Europa e outros países ocidentais, se reuniram no norte da Síria e no Iraque para se juntar ao grupo jihadista, que capturou faixas de terra dentro dos dois países de 2014 até sua queda em 2019.
Quando o chamado ‘califado islâmico’ caiu, supostos membros do grupo foram levados para prisões administradas por curdos e campos de detenção no leste da Síria.
Por que a repatriação de jihadistas é controversa?
As organizações humanitárias pressionam há anos os países de origem a repatriar seus nacionais, para aliviar a pressão sobre as autoridades locais. As condições dentro dos campos foram descritas como terríveis, principalmente devido à superlotação e à falta de recursos.

A França tem sido particularmente relutante, com o governo argumentando que o retorno de indivíduos potencialmente radicalizados representa riscos de segurança em um país que tem visto muitos ataques terroristas nos últimos anos.
Esta é a terceira repatriação em grande escala do governo francês. Em outubro passado, foram repatriadas 15 mulheres e 40 crianças, precedidas por 16 mulheres e 35 crianças em julho passado.
A repatriação de terça-feira segue uma declaração do Comitê da ONU contra a Tortura, que disse que a França estava violando as convenções da ONU contra a tortura por não repatriar seus cidadãos dos campos de prisioneiros jihadistas na Síria.
rmt/kb (AFP, Reuters)
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