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O medo de perder algo (FoMO) é um fator de risco importante para a saúde mental dos funcionários e, junto com a sobrecarga de informações, pode aumentar o esgotamento, de acordo com uma nova pesquisa.
Pesquisadores das Escolas de Psicologia e Medicina da Universidade de Nottingham analisaram dados de pesquisa de 142 funcionários para investigar o “lado negro” do trabalho digital e descobriram que os funcionários que estão preocupados em perder informações e são sobrecarregados por elas têm mais probabilidade de sofrer estresse e esgotamento. Os resultados foram publicados hoje em SAGE aberto.
Elizabeth Marsh, aluna de doutorado da Escola de Psicologia, liderou o estudo quantitativo e disse: “O local de trabalho digital agora é reconhecido como um ativo estratégico essencial em organizações que permite a produtividade e a flexibilidade do trabalhador no contexto do trabalho híbrido. No entanto, as desvantagens potenciais em termos de bem-estar do trabalhador também precisam ser consideradas, especialmente dada a proliferação de canais e ferramentas de comunicação digital desde a Covid.”
Este novo estudo se conecta a trabalhos anteriores que revelaram que funcionários mais conscientes no ambiente de trabalho digital estão mais protegidos contra estresse, ansiedade e sobrecarga.
Nesta pesquisa, FoMO é definido como ansiedade sobre perder informações e atualizações importantes, bem como oportunidades de relacionamentos e interações. FoMO tem sido um termo usado há muito tempo em relação à mídia social, e agora esta nova pesquisa mostra que é um efeito que está sendo sentido no local de trabalho.
Os participantes do estudo foram questionados sobre suas experiências com os efeitos colaterais do ambiente de trabalho digital, identificados como estresse, sobrecarga, ansiedade e medo de perder alguma coisa, e como isso afetou seu bem-estar.
Os resultados mostraram que, entre os efeitos colaterais negativos, aqueles relacionados à informação — tanto a sensação de sobrecarga quanto o medo de perdê-la — mostraram-se particularmente prejudiciais ao bem-estar, tanto diretamente quanto por aumentar o estresse geral relacionado ao trabalho digital.
Elizabeth acrescenta: “O excesso de informações fluindo por canais como e-mail, intranets ou ferramentas de colaboração pode levar os trabalhadores a se preocuparem em perdê-las, bem como sucumbir à sobrecarga enquanto se esforçam para acompanhar. Para ajudar as pessoas a lidar com a sobrecarga de informações, atenção séria e sustentada deve ser dada à otimização do gerenciamento de informações e ao suporte à alfabetização informacional.”
A pesquisa faz algumas sugestões práticas para empregadores que incluem investir em práticas para otimizar a quantidade e o fluxo de informações para os funcionários. As descobertas também podem ser usadas por departamentos de RH para considerar opções de política e treinamento que dariam suporte aos usuários finais do local de trabalho digital para melhor acessar, gerenciar e consumir informações de uma forma que seja propícia ao bem-estar, bem como à produtividade.
Dra. Alexa Spence, Professora de Psicologia acrescenta: “A consideração do local de trabalho digital no trabalho e no design de cargos é essencial não apenas para a produtividade dos funcionários, mas também para o bem-estar nas organizações modernas. Onde isso está ausente, pode resultar em estresse e esgotamento elevados, bem como saúde mental mais precária. Nossas descobertas indicam o ecossistema de informações como uma área importante para atenção tanto dentro das organizações quanto entre a comunidade de pesquisa.”
A pesquisa foi financiada pelo ESRC-MGS (Conselho de Pesquisa Econômica e Social — Midland Graduate School).
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