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Escrito por Paula Cruz Garcia, Diretora Geral Adjunta da DGAV
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as pragas e doenças das plantas são responsáveis por aproximadamente 40% das perdas globais de colheitas alimentares, pelo que o seu controlo eficaz é crucial para satisfazer as necessidades alimentares globais, especialmente as necessidades alimentares do mundo. Países em maior risco.
Nos últimos anos, a globalização, o comércio internacional, as alterações climáticas e o crescente movimento de pessoas e mercadorias contribuíram para a propagação de pragas e doenças entre países e continentes. Os seus impactos podem ser devastadores para a economia e a sustentabilidade social e ambiental das áreas afetadas.
Atualmente em Portugal existem muitas ameaças à saúde vegetal que podem causar danos significativos à nossa agricultura e florestas. A nossa grande diversidade de culturas e espécies vegetais e as nossas condições climáticas contribuem para a propagação e endemicidade de pragas e doenças e dificultam o seu controlo, razão pela qual as medidas de prevenção são tão importantes. Exemplos incluem a introdução do nemátodo da madeira do pinheiro que afecta hoje praticamente toda a região do pinheiro bravo, e o besouro das palmeiras que, em poucos anos, dizimou a maior parte das nossas palmeiras. Culturas importantes, como a pera Rocha, a laranja algarvia ou as nossas vinhas, também são afetadas por pragas e doenças, que, além de provocarem perdas significativas de produção e qualidade, exigem intervenções de controlo significativas, culminando por vezes mesmo na destruição total dos pomares. e vinhas.
Portanto, é cada vez mais importante que as autoridades fitossanitárias estabeleçam padrões fitossanitários que permitam tomar medidas para prevenir e detectar precocemente pragas e doenças emergentes, com a capacidade de activar medidas de erradicação, quando necessário e em tempo oportuno.
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), enquanto autoridade fitossanitária nacional, implementa dezenas de programas de prospeção fitossanitária em todo o território nacional. Da mesma forma, em todos os portos e aeroportos nacionais, os serviços de inspecção fitossanitária são responsáveis pela fiscalização de produtos hortícolas e vegetais, reduzindo assim a possibilidade de introdução de pragas e doenças através de produtos importados, mas é urgente informar que apenas um pedaço de fruta ou planta trazida na sua bagagem, pode Esconder-se é um inimigo de nossas lavouras e florestas.
Devemos estar preparados para enfrentar crises fitossanitárias, dando prioridade à prevenção, a fim de reduzir os impactos económicos, ambientais e sociais dos ataques de pragas e doenças nas nossas culturas e florestas.
É também essencial que a sociedade em geral assuma o seu papel na manutenção da fitossanidade e compreenda os desafios e dificuldades que os agricultores enfrentam diariamente para garantir o fornecimento de alimentos saudáveis, nutritivos e diversificados, bem como o seu papel crucial na preservação das áreas rurais e da biodiversidade.
Com o objetivo de sensibilizar todos para esta questão, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) lançou a campanha #PlantHealth4Life, que une os esforços conjuntos da EFSA, de 22 países europeus e da Comissão Europeia.
Cada um de nós pode ser embaixador desta campanha e ajudar a divulgá-la, porque “proteger as plantas é proteger a vida”.
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