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O fortalecimento dos músculos do quadril pode ser a chave para melhorar a mobilidade em pessoas com amputação abaixo do joelho, mostrou uma nova pesquisa.
A amputação apresenta desafios de mobilidade significativos para milhões de pessoas em todo o mundo. Estudos mostram que apenas 5% das pessoas com próteses de membros as usam por mais da metade de suas horas de vigília. Esses níveis mais baixos de atividade levam à perda de massa muscular, ou atrofia, na parte restante da perna.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham e do Imperial College London mostrou que os músculos extensores do joelho, logo acima do joelho, estão particularmente em risco de atrofia devido à inclinação natural para proteger o tecido mole ao redor do local da amputação.
A equipe identificou músculos ao redor dos quadris, chamados abdutores do quadril, que poderiam ser fortalecidos para fornecer compensação efetiva para fraquezas nos músculos extensores do joelho. Eles testaram suas hipóteses em amputados em três atividades essenciais para uma vida independente: caminhar, levantar de uma cadeira e subir escadas.
Dr Ziyun Ding, da Universidade de Birmingham, liderou a pesquisa. Ela disse: “Mesmo com uma prótese, haverá mobilidade reduzida no membro amputado. As pessoas também usarão mais o membro sadio e tentarão proteger o tecido mole no local da amputação. Todos esses fatores se combinam para reduzir o volume muscular no membro amputado Além disso, colocar carga adicional no membro intacto pode levar a outros problemas como osteoartrite.
“É inevitável que as pessoas com amputação tentem proteger essas áreas de tecido mole, mas o músculo abdutor do quadril, um músculo importante na perna, não faz parte da interface do joelho. Ao fortalecer esse músculo, a perna funcionará melhor, sem sobrecarregar o músculo extensor do joelho.”
No estudo, a equipe trabalhou com um grupo de oito militares que tiveram um membro inferior amputado após serem feridos em combate. Os participantes do estudo tinham pelo menos 12 meses de pós-operatório e tinham suas próteses há pelo menos seis meses.
Os pesquisadores fizeram medições de ressonância magnética de alta resolução para obter uma imagem precisa de como o volume muscular no membro amputado havia mudado. Eles também capturaram dados de movimento das três atividades. Além disso, os pesquisadores usaram modelagem computacional para entender a carga interna, como força muscular e contato osso a osso, que não podem ser medidos usando técnicas de imagem.
Por meio dessas técnicas, a equipe conseguiu ter uma visão clara da biomecânica envolvida em cada atividade. Isso os levou a identificar o músculo abdutor do quadril como a chave para melhorar a mobilidade funcional, trabalhando para fortalecê-lo após a amputação. Isso pode ser feito por meio de atividades de exercícios direcionados ou por meio de estimulação elétrica, usando técnicas semelhantes às já empregadas em pacientes com AVC.
A pesquisa foi financiada pela Royal British Legion e realizada com o apoio do Royal British Legion Centre for Blast Injury Studies no Imperial College London. Trabalhos futuros procurarão aumentar o tamanho da coorte em estudo e também examinar como fatores como idade, tipo de amputação e causa também podem afetar a atrofia muscular.
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