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As agências de contra-espionagem dos EUA alertaram na sexta-feira a indústria espacial americana para se precaver contra os esforços de entidades de inteligência estrangeiras para roubar pesquisas e segredos comerciais enquanto tentam impulsionar os programas espaciais de seus próprios países.
“Prevemos ameaças crescentes a este setor florescente da economia dos EUA”, disse um funcionário da contra-espionagem dos EUA à Reuters, acrescentando que “a China e a Rússia estão entre as principais ameaças de inteligência estrangeira à indústria espacial dos EUA”.
O Federal Bureau of Investigation (FBI), o National Counterintelligence and Security Center (NCSC) e o Air Force Office of Special Investigations (AFOSI) emitiram um boletim de duas páginas, dizendo que entidades estrangeiras não especificadas estavam usando ataques cibernéticos e técnicas como investimento estratégico por meio de joint ventures e aquisições para obter acesso à indústria espacial dos EUA.
A medida é o mais recente esforço de Washington para aumentar a conscientização sobre um problema que há muito incomoda as autoridades de contra-espionagem e se tornou uma prioridade maior, já que a indústria espacial dos EUA gasta bilhões de dólares desenvolvendo novos foguetes e outras tecnologias.
O documento alertou as empresas para estarem atentas a solicitações de visitas às instalações e tentativas de coletar informações confidenciais em conferências. Ele também disse que funcionários individuais corriam o risco de esforços de recrutamento por meio de ofertas de viagens ao exterior ou trabalho de consultoria e pagamento por informações proprietárias.
Ele instou as empresas a entrar em contato com o FBI ou AFOSI com qualquer preocupação de serem alvos, bem como rastrear “incidentes peculiares” e estabelecer programas de “ameaças internas” como parte da verificação de indivíduos em posições sensíveis.
As autoridades dos EUA dizem há anos que os hackers chineses têm como alvo o know-how espacial dos EUA, incluindo o acesso a computadores no Centro Espacial Goddard da NASA e no Laboratório de Propulsão a Jato, bem como em várias empresas envolvidas na tecnologia de aviação, espaço e satélite.
Em 2019, o cidadão chinês Tao Li foi condenado a 40 meses de prisão por conspirar para exportar ilegalmente tecnologia militar e espacial para a China, incluindo circuitos e amplificadores de potência endurecidos por radiação.
A China diz que seu programa espacial é para fins pacíficos, mas oficiais militares dos EUA dizem que Pequim vê o espaço como crucial para sua estratégia militar.
Os EUA alertaram este ano que a China busca igualar ou superá-lo como líder no espaço até 2045.
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