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Os jovens consumidores portugueses acreditam que é necessário adotar comportamentos para reduzir as alterações climáticas – mas por razões financeiras, nem sempre compram as opções mais sustentáveis. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo CEsA/Oficina Global e cofinanciado pelo Camões, IP, no âmbito do projeto “Pequenos Passos”, que visa compreender os hábitos de consumo de moda e vestuário.
A pesquisa realizada entre estudantes universitários mostrou que 88% dos jovens apresentaram comportamentos positivos em relação à sustentabilidade, enquanto 12% registraram comportamentos negativos. Apenas uma pequena minoria (7% dos jovens) pode ser considerada um exemplo de consumidor responsável de moda sustentável. O estudo foi apresentado no evento “Achas que a t-shirt nunca sai de moda?”, no ISEG, em Lisboa, durante um debate que contou com a participação de representantes dos partidos com assento parlamentar, ativistas ambientais e influenciadores digitais associados à Sustentabilidade. da Região, Francisca Costa, Luisa Baratero, Sara Diniz e Filipa Pepe (do projeto Maria Modesta).
Outra conclusão do estudo é que a literacia em sustentabilidade entre os jovens é diversificada: mais de metade identifica marcas com comportamento antiético, mas apenas um terço reconhece marcas com práticas éticas e sustentáveis. Quase um terço dos entrevistados desconheciam certificações de produção ética, como “comércio justo” e “algodão orgânico”. “É preciso pensar na sustentabilidade do planeta e em novos métodos de produção, mas isso não é responsabilidade apenas dos produtores e das marcas”, afirma Ana Patrícia Fonseca, Coordenadora do Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Defesa Social da FEC.
É responsabilidade dos governos e das organizações internacionais continuarem a trabalhar para colocar esta questão na agenda política e estabelecer regulamentos claros e vinculativos que monitorizem as práticas da indústria e apoiem a protecção dos direitos humanos sociais e ambientais, a dignidade das pessoas e o ambiente. . “Os partidos políticos presentes concordam que há uma necessidade urgente de implementar medidas que garantam um futuro mais sustentável, Silvério Regalado, Direcção Adjunta de Segurança Pública, destaca a importância da “justiça nas regras aplicadas à indústria têxtil, tanto na indústria têxtil”. Portugal e nos países asiáticos, que é um dos maiores “Os produtores de roupa não respeitam as regras ambientais”.
A Direção Adjunta de Segurança Pública defendeu ainda a necessidade de aumentar “a recolha seletiva de resíduos têxteis para evitar o seu envio para aterros, e assim reduzir o impacto ambiental”. Ele também destaca a importância de conscientizar os jovens sobre a sustentabilidade: “Temos aqui grandes desafios, não só ambientais, mas também sociais. Aumentar a conscientização em nossa comunidade é muito importante para alcançar nossos objetivos.
João Monteiro, do Liver, destaca também a necessidade de sensibilização nas escolas porque “os jovens têm interesse em mudar e adotar novos comportamentos para contribuir para a criação de um mundo mais sustentável, mas não sabem como”. Jorge Teixeira, representante da Iniciativa Liberal, destaca a necessidade de uma maior sensibilização e certificação das empresas, referindo-se à economia circular: “É fundamental que todos os produtos consigam regressar à economia. As empresas devem ser mais eficientes.
O resíduo é uma matéria-prima e o que acontece é que existe uma falha no sistema que impede as empresas de reaproveitarem os seus resíduos.” Nelson Peralta, do grupo parlamentar Bloco de Esquerda, diz que a mudança na produção é necessária e destaca a responsabilidade das empresas em reciclar as roupas produzidas nos países asiáticos: “Precisamos de uma transformação social, estou convosco nos pequenos passos, mas temos. para dar um grande passo.” Para mudar a produção, Nelson Peralta acredita que “há empresas globais que produzem a baixo custo, sem respeitar as regras ambientais, e obtêm grandes lucros, é preciso que haja uma maior distribuição da riqueza na sociedade”.
O deputado do BE vai mais longe: “É importante que haja um planeta habitável no final da crise climática”. “Tem que haver um compromisso do sector político”, afirma Tania Mesquita, da comissão política do Partido da Acção Nacional. Devemos, em cooperação com a sociedade civil, encontrar ferramentas que permitam a cooperação entre diferentes setores e diferentes atores para que haja práticas vinculativas para que as próprias empresas possam ter alternativas para uma produção mais sustentável. Este estudo foi elaborado no âmbito do projeto “Pequenos Passos” da FEC em parceria com o CEsA/Oficina Global e cofinanciado pelo Camões, IP
A campanha “T-shirt não se vende” prolonga-se até ao final de agosto, no âmbito deste projeto. O objetivo é informar e mobilizar os jovens para tomarem decisões mais informadas, de forma a causar um impacto positivo no ambiente e nas pessoas que fazem parte do setor da indústria têxtil. Este projeto é também um apelo a pensar na sustentabilidade do planeta e nas novas formas de produção. Além disso, a FEC lançou um podcast de cinco episódios, moderado pela radialista Philippa Gallrau, que pode ser ouvido aqui.
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