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O clima extremo causado pela mudança climática – como inundações – será mais fácil de se preparar depois que os cientistas desenvolverem um novo método que capacita os cidadãos a identificar soluções para as ameaças que suas comunidades enfrentam.
A abordagem funciona com pesquisadores reunindo grupos comunitários para discutir e entender os prováveis impactos das mudanças climáticas em uma área local. No Reino Unido, isso inclui riscos indiretos, como escassez de alimentos e interrupção de energia, bem como ameaças físicas, como estresse por calor e inundações.
A maioria das iniciativas de adaptação climática é desenvolvida por governos ou empresas, e não para ajudar os cidadãos a se ajudarem. A nova abordagem, publicada hoje (quinta-feira, 19 de junho) no Natureza Mudanças Climáticas, foi criado por pesquisadores das Universidades de Reading e Surrey e envolve a geração de mapas e redes que podem ajudar os cidadãos a identificar soluções para as ameaças que suas comunidades enfrentam.
O professor Tom Oliver, da Universidade de Reading, liderou o estudo que também envolveu pilotos na Índia e em Gana. Ele disse: “Nossa esperança é que tais métodos sejam desenvolvidos para uso generalizado. Precisamos de processos de planejamento de adaptação liderados por cidadãos em cada aldeia, vila e cidade, para que estejamos preparados o máximo possível para os impactos significativos das mudanças climáticas. “
Planos de adaptação
O método foi testado em Reading, Oxford e Wallingford, no Reino Unido. Cidadãos em cada grupo trabalharam juntos para discutir as ações que os indivíduos podem tomar para ajudar a proteger a si mesmos, suas famílias e suas comunidades das consequências das ameaças climáticas. As ações incluíram o armazenamento de mais alimentos de longa duração e casas com melhor isolamento térmico para ajudar as famílias a responder a inundações e ondas de calor. As ações proativas incluíram o lobby junto ao governo para ações que previnam os maiores impactos das mudanças climáticas.
Os participantes discutiram suas experiências compartilhadas na implementação dessas ações antes de desenvolver seus próprios ‘planos de adaptação pessoal’, identificando quais intervenções específicas pretendiam realizar, como poderiam alcançá-las e o cronograma esperado. No geral, os participantes descobriram que o processo aumentou sua conscientização e sua preparação para os impactos das mudanças climáticas.
O professor Nigel Gilbert, da Universidade de Surrey, disse: “Existem muitas maneiras pelas quais a mudança climática afeta os cidadãos, e essa informação provavelmente será mais significativa quando os participantes forem co-criadores no processo de descoberta. Os planos de adaptação também podem ser mais realistas quando forem identificados e discutidos dentro da comunidade”.
Colaboração global
O método foi testado internacionalmente, nomeadamente na bacia inferior do Volta no Gana e na região de Assam na Índia com o apoio do CSIR-Water Research Institute no Gana e do Indian Institute of Management Nagpur na Índia.
Cidadãos locais em ambas as regiões primeiro identificaram as diversas ameaças que enfrentam devido às mudanças climáticas. Em Gana, os riscos incluíam incêndios florestais, secas, inundações, erosão costeira, aumento do nível do mar, intrusão de água salgada e espécies exóticas invasoras. Os cidadãos decidiram por ações que incluíram reflorestamento e armazenamento de água doce, plantio de árvores, dragagem de rios e bloqueio de canais de inundação com sacos de areia.
Os aldeões da Ilha de Majuli, na região de Assam, na Índia, discutiram os principais desafios das inundações e da erosão que afetam a habitação e a agricultura vulnerável. Suas soluções incluíam ações de curto prazo, como armazenar ração para o gado antes das enchentes, e medidas de longo prazo, como explorar fontes alternativas de renda (como pesca e tecelagem).
Os participantes das três regiões envolvidas no estudo compartilharam seus resultados e aprenderam como suas respostas eram aplicáveis ao local onde viviam. Um participante de Gana disse: “Tenho mais informações sobre como outras pessoas estão se adaptando às mudanças climáticas no Reino Unido e na Índia e elas também se aplicam a mim aqui na aldeia.”
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