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Embora os robôs e a inteligência artificial tenham o potencial de atuar como enfermeiros, isso levanta várias questões éticas — Strong The One

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O progresso recente no campo da robótica e da inteligência artificial (IA) promete um futuro onde essas tecnologias terão um papel mais proeminente na sociedade. Os desenvolvimentos atuais, como a introdução de veículos autônomos, a capacidade de gerar obras de arte originais e a criação de chatbots capazes de se envolver em conversas semelhantes às humanas, destacam as imensas possibilidades oferecidas por essas tecnologias. Embora esses avanços ofereçam inúmeros benefícios, eles também levantam algumas questões fundamentais. As características como criatividade, comunicação, pensamento crítico e aprendizado – antes consideradas exclusivas dos humanos – agora estão sendo replicadas pela IA. Então, máquinas inteligentes podem ser consideradas ‘humanas’?

Em um passo para responder a esta pergunta, o Professor Associado Tomohide Ibuki da Tokyo University of Science, em colaboração com o pesquisador de ética médica Dr. Eisuke Nakazawa da Universidade de Tóquio e o pesquisador de enfermagem Dr. Ai Ibuki da Kyoritsu Women’s University, exploraram recentemente se robôs e A IA pode ser confiada à enfermagem, uma prática altamente humana. Seu trabalho foi disponibilizado online em 12 de junho de 2023 e publicado na revista Ética de Enfermagem em 12 de junho de 2023.

“Este estudo de ética aplicada examina se a robótica, a engenharia humana e as tecnologias de inteligência humana podem e devem substituir os humanos nas tarefas de enfermagem”, diz o Dr. Ibuki.

Os enfermeiros demonstram empatia e estabelecem conexões significativas com seus pacientes. Esse toque humano é essencial para promover um senso de compreensão, confiança e apoio emocional. Os pesquisadores examinaram se os avanços atuais em robótica e IA podem implementar essas qualidades humanas, replicando os conceitos éticos atribuídos a enfermeiras humanas, incluindo defesa, responsabilidade, cooperação e cuidado.

A advocacia em enfermagem envolve falar em nome dos pacientes para garantir que eles recebam o melhor atendimento médico possível. Isso abrange proteger os pacientes de erros médicos, fornecer informações sobre o tratamento, reconhecer as preferências de um paciente e atuar como mediadores entre o hospital e o paciente. A esse respeito, os pesquisadores observaram que, embora a IA possa informar os pacientes sobre erros médicos e apresentar opções de tratamento, eles questionaram sua capacidade de realmente entender e ter empatia pelos valores dos pacientes e de navegar efetivamente nas relações humanas como mediadores.

Os pesquisadores também expressaram preocupação em responsabilizar os robôs por suas ações. Eles sugeriram o desenvolvimento de IA explicável, que forneceria informações sobre o processo de tomada de decisão dos sistemas de IA, melhorando a responsabilidade.

O estudo destaca ainda que os enfermeiros são obrigados a colaborar de forma eficaz com seus colegas e outros profissionais de saúde para garantir o melhor atendimento possível aos pacientes. Como os humanos dependem de pistas visuais para construir confiança e estabelecer relacionamentos, a falta de familiaridade com os robôs pode levar a interações abaixo do ideal. Reconhecendo esse problema, os pesquisadores enfatizaram a importância de realizar mais investigações para determinar a aparência apropriada dos robôs para facilitar a cooperação eficiente com a equipe médica humana.

Por fim, embora os robôs e a IA tenham o potencial de entender as emoções de um paciente e fornecer cuidados adequados, o paciente também deve estar disposto a aceitar robôs como prestadores de cuidados.

Tendo considerado os quatro conceitos éticos acima em enfermagem, os pesquisadores reconhecem que, embora os robôs não substituam totalmente as enfermeiras humanas tão cedo, eles não descartam a possibilidade. Embora os robôs e a IA possam potencialmente reduzir a escassez de enfermeiros e melhorar os resultados do tratamento para os pacientes, sua implantação requer uma ponderação cuidadosa das implicações éticas e do impacto na prática de enfermagem.

“Embora a presente análise não exclua a possibilidade de implementar os conceitos éticos de enfermagem em robôs e IA no futuro, ela aponta que existem várias questões éticas. Pesquisas futuras podem não apenas ajudar a resolvê-las, mas também levar a novas descobertas em ética”, conclui o Dr. Ibuki.

Esperamos que essas novas aplicações de robótica e IA surjam em breve!

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