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O resultado das eleições na França parece destinado a produzir um parlamento sem maioria, com uma aliança de esquerda na liderança, mas sem maioria absoluta.
Abaixo, analisamos o que aconteceu na eleição e o que isso significa para as próximas semanas e meses.
O QUE ACONTECEU NA VOTAÇÃO DO SEGUNDO TURNO DE DOMINGO?
A esquerda A aliança Nova Frente Popular (FNP) garantiu o maior número de assentos mas ficará aquém dos 289 necessários para garantir uma maioria absoluta na câmara baixa.
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Este resultado foi um duro golpe para o partido de extrema-direita National Rally (RN), que tinha sido projectado para vencer a votação, mas sofreu depois do NFP e do Presidente Emmanuel MacronO bloco Together trabalhou junto entre o primeiro e o segundo turnos de votação para criar um voto anti-RN.
Esse resultado significa que nenhum dos três blocos pode formar um governo majoritário e precisaria do apoio de outros para aprovar a legislação.
SERÁ FORMADA UMA COALIZÃO DE ESQUERDA?
Isso está longe de ser certo.
França não está acostumado ao tipo de construção de coalizões pós-eleitorais que é comum em democracias parlamentares do norte da Europa, como Alemanha ou Holanda.
Sua Quinta República foi projetada em 1958 pelo herói de guerra Charles de Gaulle para dar maiorias parlamentares grandes e estáveis aos presidentes, o que criou uma cultura política de confronto, sem tradição de consenso e compromissos.
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Jean-Luc Melenchon, líder do partido de extrema esquerda France Unbowed (LFI), descartou uma ampla coalizão de partidos de diferentes matizes. Ele disse que o Sr. Macron tinha o dever de convocar a aliança esquerdista para governar.
No campo centrista, o chefe do partido de Macron, Stephane Sejourne, disse que estava pronto para trabalhar com os principais partidos, mas descartou qualquer acordo com o LFI de Mélenchon.
O ex-primeiro-ministro Edouard Philippe também descartou qualquer acordo com o partido de extrema esquerda. O próprio Sr. Macron disse que esperará que a nova assembleia tenha encontrado alguma “estrutura” para decidir seu próximo passo.
QUEM ESTÁ NA NOVA ALIANÇA DE FRENTE POPULAR?
A Nova Frente Popular é composta por socialistas, ecologistas, comunistas e França Insubmissa.
Eles já criticaram um ao outro e têm uma série de diferenças importantes em ideologia e abordagem. Mas decidiram formar um bloco para manter a extrema direita fora do governo.
O NPF prometeu acabar com as reformas previdenciárias e de imigração aprovadas pelo atual governo, criar uma agência de resgate para migrantes sem documentos e facilitar os pedidos de visto.
Também quer aumentar o salário mínimo.
E SE NÃO FOR POSSÍVEL ENCONTRAR UM ACORDO?
Isso seria um território inexplorado para a França. A constituição diz que o Sr. Macron não pode convocar novas eleições parlamentares por mais 12 meses.
O primeiro-ministro Gabriel Attal disse que apresentaria sua renúncia na manhã de segunda-feira, mas que estava disponível para atuar interinamente.
A constituição diz que o Sr. Macron decide quem pedir para formar um governo. Mas quem quer que ele escolha enfrenta um voto de confiança na Assembleia Nacional, que se reunirá por 15 dias em 18 de julho.
Isso significa que ele precisa nomear alguém que seja aceitável para a maioria dos legisladores.
O Sr. Macron provavelmente estará esperando separar os Socialistas e os Verdes da aliança esquerdista, isolando a França Insubmissa, para formar uma coalizão de centro-esquerda com seu próprio bloco. No entanto, não há sinal de uma ruptura iminente da Nova Frente Popular.
Outra possibilidade é um governo de tecnocratas que administraria os assuntos cotidianos, mas não supervisionaria mudanças estruturais.
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