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A Cisco anunciou na quarta-feira que começará a fabricar alguns hardwares na Índia.
Dito isso, o compromisso da gigante americana de networking é um pouco vago: sua anúncio menciona “um investimento significativo em capacidades de fabricação na Índia”, mas não dá um valor real a esses gastos.
Switchzilla disse que o investimento “irá gerar mais de US$ 1 bilhão em exportações combinadas e produção doméstica nos próximos anos”. Mas com a receita anual da Cisco chegando a US$ 50 bilhões, um único bilhão em “alguns anos” é uma gota no oceano.
A Cisco também não disse o que construirá na Índia – “tecnologia de ponta” é a única descrição. Rajeev Chandrasekhar, ministro de TI da Índia mencionado “produtos críticos de telecomunicações.”
Daisy Chittilapilly, presidente da Cisco para a Índia e nações adjacentes, classificou o investimento como “um marco significativo para impulsionar a próxima fase de crescimento da Cisco”.
Mas ninguém da Cisco nem do governo da Índia parece ter mencionado, ao anunciar esse investimento, os esquemas de incentivos vinculados à produção que o país lançou para atrair os fabricantes para suas costas. Da mesma forma, o Make in India campanha para incentivar a fabricação onshore não foi ao ar.
A estreia do plano, no entanto, viu o CEO da Cisco, Chuck Robbins, se encontrar com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, para que os dois pudessem comemorar a notícia.
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O primeiro-ministro terá gostado da promessa da Cisco de que seu investimento apoiará “a demanda crescente de clientes na Índia e globalmente” e “fortalecerá e diversificará ainda mais a cadeia de suprimentos da Cisco”, porque ter multinacionais gastando muito para atender o mercado doméstico da Índia e usar essa pegada exportar é uma política de Nova Delhi. A Índia gosta de lembrar ao mundo que confiar demais em uma nação – tosse, China – pois as capacidades de fabricação estão repletas de riscos.
A Cisco sabe disso tão bem quanto qualquer empresa de tecnologia, tendo visto grandes atrasos nas remessas de produtos nos últimos anos. Os clientes foram solicitados a esperar por mais de um ano para que algum kit fosse entregue.
Modi e o governo que ele lidera vão se deliciar com essa notícia – não importa a imprecisão e o tamanho trivial do compromisso da Cisco, ou o fato de que a gigante da rede já estava se abrindo para a diversificação da cadeia de suprimentos.
E para o resto de nós, podemos apenas esperar que a menção da Cisco de “tempos de entrega reduzidos” como um benefício de sua passagem para a Índia se torne realidade. ®
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