Ciência e Tecnologia

Deep fakes uma ameaça à verdade online?

De vez em quando, aparece um novo aplicativo de troca de rosto que toma a internet de assalto. Por alguns dias, Facebook, Twitter e Instagram são tomados por selfies que foram alteradas digitalmente para nos mostrar como mais velhos, mais jovens ou como um gênero diferente.

Há algo inegavelmente engraçado em tirar fotos uma selfie e depois trocar nosso rosto com o de um amigo, e é por isso que esses aplicativos são tão populares. Mas em pouco tempo você começará a ver fotos mostrando celebridades que foram alteradas. Mais tarde, eles serão seguidos por imagens semelhantes de criminosos, assassinos e ditadores déspotas.

Boa tecnologia vai mal

O que começa como uma diversão inofensiva pode rapidamente sair do controle, tornando-se desagradável – ou totalmente ofensivo. É por isso que os vigilantes da privacidade e os legisladores do governo estão cada vez mais preocupados com essa tecnologia, conhecida como “deep fakes”.

As técnicas de deep fake não são aplicadas apenas a selfies, mas também podem ser usadas em vídeo. Muitas celebridades femininas descobriram seus rostos digitalmente ‘mapeados’ em filmes pornográficos, por exemplo, causando constrangimento e angústia.

Mas não são apenas as celebridades que são afetadas. Mulheres de todas as esferas da vida estão sendo vítimas do mesmo uso indevido de tecnologia de perseguidores, exes maliciosos ou trolls da internet. E uma vez que esses vídeos falsos profundos foram lançados online, as vítimas podem enfrentar discriminação ou mais abusos.

Etapas para combater falsificações profundas

Embora o Reino Unido já tem leis que regulam algumas atividades online, como discurso de ódio, elas tendem a ser bastante desatualizadas. A tecnologia evoluiu muito mais rápido que os regulamentos, criando muitos imprevistos. Quando a Lei de Comunicações Maliciosas tornou-se lei, a tecnologia que impulsiona os aplicativos de troca de rosto nem sequer havia sido pensada, muito menos inventada.

O governo do Reino Unido está agora tomando medidas para proteger melhor os usuários da Internet com um novo lei – a Lei de Comunicações Online. Esta lei criará uma série de novas infrações destinadas a enfrentar as realidades da internet moderna – incluindo o uso malicioso de tecnologias deep-fake.

O ato proposto não está isento de problemas. Alguns defensores dos direitos civis alertam que a lei terá um efeito negativo significativo na liberdade de expressão, apesar das boas intenções por trás da legislação. Eles temem que a nova lei possa ser usada de maneiras que não foram devidamente consideradas – da mesma forma que muitas novas tecnologias são usadas de maneiras que nunca foram concebidas por seus criadores.

A Lei de Segurança Online é ainda está sob consideração do parlamento britânico e ainda pode sofrer revisões significativas antes de se tornar lei. Mas para qualquer pessoa que já tenha sido vítima de uma tecnologia falsa profunda, há finalmente alguma esperança de que seus algozes sejam devidamente punidos por seus crimes.

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