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Custos elevados impedem portugueses de comprar carros eléctricos

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Ter um meio de transporte mais “verde” não está nos planos da maioria dos portugueses (76%), pois consideram os custos dos carros eléctricos demasiado elevados, revela o Observador Automóvel 2024, estudo realizado pelo Cetelem, o marca empresarial do grupo BNP Paribas Personal Finance.

Segundo a mesma fonte, o custo dos carros elétricos é um fator que “sobrecarrega” na hora da compra, e 76% dos portugueses acreditam que o aumento do preço da eletricidade pode tornar caro o uso do carro elétrico comparativamente à gasolina ou ao gasóleo automóveis, uma percentagem superior à média europeia (74%).

Ao mesmo tempo, a maioria (51%) não acredita que seremos capazes de produzir eletricidade suficiente para satisfazer as necessidades de todos os carros elétricos.

É uma preocupação que vai ao encontro do recente relatório de monitorização da segurança de abastecimento do sistema eléctrico nacional, emitido pela Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), que revelou que o limite de referência para rejeição de cargas na rede eléctrica será excedido. Em 2024 poderão ser necessárias medidas de mitigação, o que poderá afetar o carregamento de veículos elétricos.

Carregar carros elétricos também pode ser uma barreira para comprá-los. Enquanto em muitos países os pontos de carregamento estão a ser implementados a um ritmo cada vez mais rápido, em Portugal, em 2022, eram 20 mil. O fato é que se um veículo elétrico pode ser facilmente carregado (ou não) ainda é uma questão que dificulta a decisão dos motoristas.

O futuro está nos carros elétricos

Apesar destas revelações de dados, 54% dos portugueses acreditam que os carros elétricos substituirão completamente os carros a combustão no futuro. Relativamente a este tema, 13% afirmam que esta mudança ocorrerá nos próximos cinco anos, 38% respondem entre 5 e 15 anos e 49% acreditam que isto ocorrerá dentro de mais de 15 anos.

Quanto aos próximos anos, os automobilistas não esperam um futuro sem carros, pois apenas 16% acreditam que estes veículos desempenharão um papel menos importante do que hoje.

Relativamente à intenção de compra, 1 em cada 3 portugueses optaria por comprar um carro elétrico. Mais do que a nível europeu, pois os resultados do estudo revelaram que 1 em cada 4 europeus pretende, em média, comprar eletricidade. Neste contexto, os chineses, e em menor medida os noruegueses, estão a reforçar a sua liderança, com as intenções de compra a atingirem 65% e 43%, respetivamente.

Nas conclusões globais do inquérito, no qual participaram cidadãos de 16 países, constatou-se também que apenas 1 em cada 5 pessoas espera que os automóveis, no futuro, desempenhem um papel menos importante do que actualmente, opinião que foi expressa mais fortemente na Europa. Quem mais acredita na flexibilidade e omnipresença dos automóveis são os cidadãos da China, dos Estados Unidos da América, do México e da Turquia, que são os únicos países onde mais de 50% dos participantes esperam que os automóveis tenham uma maior presença no futuro.

Mais uma vez, França, Bélgica, Áustria e Polónia são os países onde estas intenções de compra são menos pronunciadas, rondando os 20%.

Além disso, 2 em cada 10 pessoas inquiridas esperam que os veículos eléctricos substituam completamente os veículos de combustão nos próximos cinco anos; Quatro em cada 10 motoristas não esperam que isso aconteça nos próximos 15 anos, prazo estabelecido pela União Europeia.

Tecnologia versus meio ambiente

O progresso tecnológico levará à produção de automóveis mais ecológicos? A esta questão, os portugueses estiveram entre os que responderam afirmativamente (92%), juntamente com a China (93%), o México (93%) e a Turquia (91%). Cerca de 7 em cada 10 pessoas consideram os carros elétricos a melhor representação do progresso tecnológico.

No entanto, este resultado global esconde diferenças notáveis ​​entre países, mostrando que os carros eléctricos estão longe de ser uma solução clara aos olhos de todos.

Relativamente aos custos dos carros eléctricos, a opinião dos portugueses está em linha com a dos cidadãos de outras nacionalidades. Quase metade dos inquiridos acredita que os preços dos carros eléctricos são demasiado elevados, e os holandeses e franceses provavelmente destacarão este ponto.

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