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Centenas de milhares de manifestantes franceses marcharam em todo o país no sábado, condenando os planos de reformar o sistema previdenciário e adiar a idade de aposentadoria em dois anos. Os protestos ocorreram em Paris, assim como em outras cidades como Nice, Marselha, Toulouse e Nantes.
Além disso, os controladores de tráfego aéreo do segundo maior aeroporto de Paris, Orly, abandonaram seus empregos em solidariedade. A greve provocou o cancelamento de até metade dos voos programados para decolar no sábado.
Os manifestantes incluíam muitos jovens, incluindo estudantes que disseram não ter podido participar de manifestações anteriores devido aos estudos. Muitos deles seguravam cartazes com slogans sobre seus pais serem afetados pelas reformas planejadas.
“Não quero que meus pais morram no trabalho”, dizia uma faixa segurada por um adolescente.
Por que os franceses estão protestando?
Os protestos contra os planos de reforma previdenciária se intensificaram recentemente, à medida que o governo do presidente Emmanuel Macron se prepara para assinar os planos.
A reforma do sistema de pensões do país esteve na plataforma de Macron durante as eleições de 2017 e 2022.
O presidente e seu governo argumentam que as reformas são “indispensáveis” para a sobrevivência do sistema previdenciário. Ele diz que o fundo de pensão está passando por um déficit iminente que deve ser tratado, à medida que a população da França envelhece.

Macron defende que a população teria que trabalhar um pouco mais para manter o fundo de pensão equilibrado. Para conseguir isso, o novo sistema eleva a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.
No entanto, os críticos insistem que o governo deve encontrar formas alternativas de financiar o fundo de pensão. Eles também argumentam que aumentar os anos de trabalho em algumas profissões extenuantes e manuais não seria fisicamente possível.
Até que ponto está o plano de reforma?
Apesar da resistência nacional, Macron está decidido a cumprir sua promessa de campanha e reformar o sistema de aposentadoria.
No início desta semana, os legisladores começaram a debater o novo projeto de lei de pensões no parlamento, onde o partido de centro de Macron perdeu a maioria absoluta no ano passado. Eles agora precisam confiar nos republicanos conservadores da oposição para aprovar o projeto.
No entanto, o projeto de lei enfrenta reservas de muitos membros do parlamento, inclusive da própria facção de Macron, que temem que possa instigar greves incapacitantes.
Sindicatos e legisladores de esquerda estão trabalhando duro para bloquear o projeto de lei.
Em uma declaração conjunta no sábado, os sindicatos condenaram o governo como “surdo”, pedindo que o projeto de lei seja descartado. Eles ameaçaram realizar uma greve nacional em 7 de março que poderia “paralisar a França” caso suas demandas não fossem atendidas.
O protesto de sábado foi a quarta manifestação em grande escala contra a reforma da previdência neste ano.
rmt/dj (AP, dpa)
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