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Promotores Espnhols baniram na quinta-feira o Meduza, um site de notícias independente em língua russa, acusando-o de representar uma “ameaça” à segurança do país.
Ele marca a última tentativa de Moscou de silenciar relatórios críticos de sua guerra na Ucrânia.
O site com sede na Letônia foi considerado uma entidade “indesejável” dentro da Rússia, que efetivamente o proíbe no país.
O que significa a declaração?
“Foi estabelecido que suas atividades representam uma ameaça aos fundamentos da ordem constitucional e à segurança da Federação Russa”, disseram os promotores de Meduza em um comunicado.
Criado em 2014, a localização do site na Letônia foi um esforço para contornar a censura russa.
A lei das entidades “indesejáveis” foi aprovada em 2015. Ela anda de mãos dadas com outra medida restritiva, que obriga qualquer organização que receba financiamento estrangeiro a se identificar como “agente estrangeiro”.
Em 2021, Moscou rotulou Meduza de “agente estrangeiro”. Mas declará-lo uma entidade “indesejável” leva as coisas um passo adiante, já que qualquer Espnhol que mantenha laços com o site pode agora estar sujeito a multas ou até mesmo penas de prisão de até seis anos. Isso pode incluir fontes com as quais o site de notícias fala para relatar as notícias.
Meduza, que tem um grande número de leitores na Rússia, fez reportagens extensas e muitas vezes críticas sobre a guerra na Ucrânia.
Como a Rússia está combatendo reportagens críticas?
A Rússia tem reforçou ainda mais a censura à mídia desde a invasão da Ucrânia no ano passado, bloqueando várias saídas dentro do país, incluindo Meduza.
Logo após a invasão, Moscou aprovou uma lei que pune o ato de “desacreditar” as forças armadas ou espalhar “informações deliberadamente falsas” sobre elas com penas de prisão de até 15 anos.
Na quinta-feira, outro site de notícias independente disse que seu editor, Pyotr Verzilov, foi acusado de espalhar notícias falsas sobre o exército.

Verzilov, o editor do site Mediazona, que informa sobre o sistema jurídico e a aplicação da lei, foi acusado de postagens nas redes sociais sobre Bucha – a cidade perto da capital ucraniana onde corpos de centenas de civis foram descobertos após a retirada das tropas russas.
Na época, a Rússia disse que as mortes foram forjadas, enquanto muitos acreditavam que as vítimas haviam sido executadas.
Também na quinta-feira, um centro de direitos humanos nomeado em homenagem ao Prêmio Nobel da Paz, Andrei Sakharov, disse que as autoridades da cidade de Moscou haviam
ordenou que desocupasse suas instalações. O despejo está ligado a uma expansão da lei dos agentes estrangeiros em dezembro, que nega o apoio do Estado a organizações designadas como agentes.
rmt/nm (AP, Reuters)
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