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O Departamento de Estado dos EUA rejeitou alegações absurdas de envolvimento da CIA em um suposto complô de assassinato contra Nicolás Maduro depois que autoridades venezuelanas anunciaram a prisão de três americanos, dois espanhóis e um tcheco no sábado.
As alegações de uma conspiração contra Maduro – o presidente venezuelano, cuja recente reeleição é contestada – foram feitas na televisão estatal por Diosdado Cabello, o ministro do interior. Cabello disse que os cidadãos estrangeiros, incluindo um membro da marinha dos EUA, faziam parte de uma conspiração liderada pela CIA para derrubar o governo venezuelano e matar vários membros de sua liderança. No programa de televisão, Cabello mostrou imagens de rifles que ele disse terem sido confiscados de alguns dos supostos conspiradores.
O Departamento de Estado dos EUA confirmou no sábado à noite a detenção de um militar dos EUA e disse estar ciente de “relatos não confirmados de mais dois cidadãos americanos detidos na Venezuela”.
“Quaisquer alegações de envolvimento dos EUA em um complô para derrubar Maduro são categoricamente falsas. Os Estados Unidos continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela.”
As alegações ocorrem dois dias após o Tesouro dos EUA impor sanções a 16 aliados de Maduro, acusados pelo governo americano de obstruir a votação durante a disputada eleição presidencial venezuelana de 28 de julho e de cometer abusos de direitos humanos.
Na semana passada, o parlamento espanhol reconheceu o candidato da oposição Edmundo González como vencedor da eleição, irritando os aliados de Maduro, que pediram ao governo venezuelano que suspendesse as relações comerciais e diplomáticas com a Espanha.
As tensões entre o governo da Venezuela e os EUA também aumentaram após a eleição, cujo resultado desencadeou protestos na Venezuela, nos quais centenas de ativistas da oposição foram presos.
O conselho eleitoral da Venezuela, que está intimamente alinhado ao governo Maduro, disse que Maduro venceu a eleição com 52% dos votos, mas não forneceu uma análise detalhada dos resultados.
Ativistas da oposição surpreenderam o governo ao coletar folhas de contagem de 80% das máquinas de votação. Elas foram publicadas online e indicam que Gonzalez venceu com o dobro de votos que Maduro.
Apesar da condenação internacional, a Suprema Corte da Venezuela, que há muito apoia Maduro, confirmou sua vitória em agosto. O procurador-geral da Venezuela então apresentou acusações de conspiração contra Gonzalez, que fugiu para a Espanha na semana passada depois que ficou claro que ele seria preso.
Maduro rejeitou pedidos de vários países, incluindo os governos esquerdistas da Colômbia e do Brasil, para fornecer folhas de contagem que provem que ele venceu. Maduro, que está no poder desde 2013, há muito tempo alega que os EUA estão tentando derrubá-lo por meio de sanções e operações secretas.
O governo Maduro já usou americanos presos na Venezuela para obter concessões. Em um acordo de 2023, Maduro libertou 10 americanos e um fugitivo procurado pelo governo dos EUA para garantir um perdão presidencial para Alex Saab, um aliado próximo de Maduro que foi mantido na Flórida sob acusações de lavagem de dinheiro. De acordo com promotores dos EUA, Saab também ajudou Maduro a evitar sanções do tesouro dos EUA por meio de uma rede complexa de empresas de fachada.
Com a Associated Press.
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