Estudos/Pesquisa

Como os ‘efeitos vencedor e perdedor’ impactam a classificação social em animais — e humanos

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Pesquisas mostram que, em muitos animais, os vencedores de uma luta têm mais probabilidade de vencer as disputas subsequentes, enquanto os perdedores tendem a perder as lutas seguintes. Em experimentos em que peixes esgana-gata machos foram introduzidos aleatoriamente a outro peixe, 65% dos peixes vencedores venceram a segunda luta, enquanto todos os peixes perdedores perderam a segunda disputa.

Tais efeitos de vencedor e perdedor podem influenciar muito o comportamento individual e a aptidão. Esse efeito também acontece em humanos. Em “Winner and Loser Effects and Social Rank in Humans”, publicado recentemente em A revisão trimestral de biologiaos autores Noah MT Smith e Reuven Dukas fornecem uma revisão narrativa das semelhanças e distinções relevantes entre humanos e não humanos para avaliar as causas e consequências dos efeitos vencedores e perdedores em humanos.

Os autores revisam os efeitos de vencedor e perdedor e sua significância adaptativa em não humanos, incluindo chimpanzés e moscas-das-frutas, e revisam fatores adicionais que influenciam a classificação social em não humanos e humanos. As interações bidirecionais entre a classificação social e os efeitos de vencedor e perdedor podem alterar a cognição e o comportamento em vários domínios.

Eles então avaliam o papel potencial de tais efeitos de vencedor e perdedor e suas consequências sociais. Em não humanos e humanos, os efeitos de vencedor e perdedor podem guiar os indivíduos a se comportarem de acordo com sua classificação social aparente, com vencedores adotando posturas assertivas e perdedores se tornando submissos. Enquanto a formidabilidade física é a dimensão dominante que determina a classificação social em espécies não humanas, em humanos adultos, convenções sociais, atratividade física, competência em habilidades complexas e competência social são mais importantes para a classificação social.

Estudos recentes exploraram os efeitos de vencedor e perdedor em humanos competindo em esportes. Smith e Dukas testaram os efeitos de vencedor e perdedor usando videogames de tiro em primeira pessoa e uma tarefa de compreensão de leitura. Vencedores de videogames designados aleatoriamente tiveram desempenho significativamente melhor na segunda fase do que perdedores designados aleatoriamente na primeira fase, e os que obtiveram pontuações altas na primeira fase tiveram pontuações de leitura mais altas na segunda fase do que os que obtiveram pontuações baixas na primeira fase.

Os autores observam que “nosso protocolo experimental, que envolveu a atribuição aleatória de participantes aos tratamentos de vencedor e perdedor, é crucial para descartar viés de seleção, em que os melhores desempenhos simplesmente vencem oponentes mais fracos em disputas sucessivas”.

Linhas futuras de pesquisa podem fornecer mais entendimento de como e por que os efeitos vencedor e perdedor moldam a cognição, o humor e o comportamento humanos. Essas descobertas podem fornecer implicações adicionais em áreas como “red shirting” (o efeito de matricular crianças na escola em uma idade mais avançada), efeitos vencedor e perdedor em bancos de investimento e jogos de azar, e os efeitos de humor de ganhar e perder.

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