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Colheita de aveia vai levar ao “abate” de abetardas e águias caçadoras

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A associação ambientalista ZERO denunciou que a colheita de aveia, que passa a ser autorizada nas zonas de protecção especial para a conservação das aves estepárias, vai provocar um “massacre” de abetardas e de jovens águias caçadoras.

“Os agricultores beneficiários de apoios agroambientais vão poder, a partir de hoje, colher aveia, que é o cereal de sequeiro mais cultivado nestas zonas classificadas na rede Natura 2000, e esta situação vai levar a um verdadeiro massacre de jovens abetardas e descendentes de águias caçadoras”, escreve Safar, em comunicado.

Segundo os ecologistas, “isto significa que o apoio público para fins de conservação está a contribuir, de facto, para a extinção de algumas das mais emblemáticas aves estepárias”.

As aves estepárias são um grupo de aves que “dependem de sistemas agrícolas associados à rotação de grãos em pousio”, incluindo a abetarda, o krill, a águia caçadora, o maçarico-de-barriga-branca e preta e o francelho ou abetarda.

Segundo a ZERO, a gestão efectuada pelos agricultores na zona da ZPE, que resulta numa combinação entre a produção de feno para alimentação do gado e a produção de cereais, criou uma “armadilha mortal que dificulta o sucesso reprodutivo” destas espécies, especialmente a abetarda e a abetarda. abutre, não é possível.

Os ambientalistas explicam que permitir o corte do feno em maio “contribui para a eliminação dos filhotes de abetarda”, que saem do ninho logo após o nascimento, mas só podem voar mais tarde, bem como dos filhotes de águia caçadora que permanecem no ninho da floresta durante esse período.

Como esta espécie tem capacidade para realizar uma segunda postura, caso a primeira postura falhe, procura áreas de grãos disponíveis para nidificação, e quando a data de corte dos grãos é antecipada para junho, “a segunda postura fica completamente destruída”.

“Perante isto, é difícil compreender que num ano de condições climatéricas favoráveis, tenha sido marcada a data de 17 de junho para início do corte da aveia, dois dias antes do ano passado”, refere o comunicado. .

Segundo a associação, as datas são determinadas por estruturas locais de apoio “compostas por organismos públicos, representantes de agricultores e organizações não-governamentais ambientalistas”, mas “é a vontade dos agricultores que prevalece”, pois são maioria no país. essas estruturas.

Neste sentido, a ZERO exige que “a ministra do Ambiente e Energia, Graça Carvalho, e o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernández, deixem de compactuar com esta imoralidade que contribui decisivamente para a extinção destas espécies em Portugal”.

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