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Circular Maya: Os resíduos devem ser vistos como um recurso

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No dia 2 de julho, no salão TecMaia, a Maiambiente e o consórcio CircularTECH promoveram a conferência “Maia Circular”, que abordou a importância do ambiente e da inovação na economia circular e os passos que o país deve seguir para alcançar a neutralidade carbónica. Metas.

Na abertura da sessão, a Presidente do Conselho de Administração da Mayambiente, Marta Pineda, começou por elencar um conjunto de medidas que o Município Maia tem adoptado desde a década de 1990 para repensar o território e adaptá-lo aos novos desafios climáticos, destacando um conjunto de boas práticas em áreas absolutamente cruciais para que possamos falar de uma região verdadeiramente sustentável. Fê-lo em relação ao ambiente, à energia, à água e, claro, aos resíduos.

O autarca da cidade criticou a forma como foi desenhado o Plano Estratégico para Resíduos Urbanos (PERSU) 2030, destacando que este “exige em seis anos o que não se conseguiu em 30 anos, e num contexto social e económico particularmente delicado, seja de escassez de recursos humanos.” Seja por excesso de burocracia ou mesmo por falta de financiamento. Ele também alertou que “a capacidade do aterro está se aproximando do limite e não há plano alternativo”.

Falando sobre o sistema de gestão de resíduos, Marta Pineda manifestou-se insatisfeita com a continuação dos valores compensatórios pagos pelas entidades por sistemas de gestão sem atualização, o que “contribui para o esgotamento do setor”.

Numa iniciativa que falou sobre ambiente e inovação, uma das ideias avançadas pelas várias comissões foi a necessidade de as empresas e organizações da sociedade civil começarem a olhar para os resíduos como um recurso com potencial comercial, algo que só agora começam a fazer. muito gradualmente. Muitos oradores acreditam que a chave para mudar o modelo económico – no sentido de uma maior circularidade – reside precisamente na mudança de mentalidade na forma como o ciclo de vida do produto é gerido.

Em representação da cidade de Mayambiente, Carlos Méndez destacou a necessidade de envolver os residentes no esforço conjunto de gestão dos resíduos urbanos: “Precisamos de continuar a diversificar os serviços oferecidos aos residentes, facilitando o acesso e aumentando a proximidade com eles”, sublinhou que. este caminho não pode ser seguido sem pessoas ao seu lado na solução, destacando também a necessidade de inovação e antecipação de soluções.

Cristina Andrade, do SMAS da Maia, destacou o investimento feito pelo município na gestão da água, com destaque para a estação de tratamento de águas residuais de Parada, a primeira estrutura do género a implementar o tratamento integrado de lamas e que deu origem a um produto que na verdade o seu lançamento é comercializado e utilizado em diversas empresas ligadas ao sector vitivinícola, hortas, agricultura, etc.

Da Agência de Energia do Porto, Rui Pimienta afirmou que “projetos e iniciativas pioneiras que integram a estratégia europeia e o trabalho da cadeia de valor são passos importantes neste trabalho”. Outra medida importante é replicar histórias de sucesso no domínio da eficiência energética para reduzir custos e alcançar a neutralidade carbónica.

Outro facto importante é a necessidade de continuar a investir em projetos de literacia ambiental. Embora já tenha sido percorrido um longo caminho nesse sentido, os participantes concordaram que ainda há muito a fazer, principalmente para mostrar à população que além da necessidade de dar outra destinação aos resíduos, é preciso investir em um modelo de consumo que gera menos resíduos.

A tarde, dedicada à inovação, assistiu à apresentação de diversos projetos de elevado valor tecnológico.

Paulo Fernandez, da ITGuest, começou por apresentar a agenda de mobilização para a inovação empresarial, com foco na integração da inteligência gerada por dados, na formação de cidadãos, no desenvolvimento de novas soluções de avaliação e na criação de padrões de gestão de resíduos que impulsionem a eficiência. O consórcio de 19 entidades propõe-se desenvolver 30 produtos.

Sergio Esteves, da Mayampinte, apresentou a solução de centro ambiental inteligente, que inclui – entre outros aspectos – sistema de registo e agendamento, controlo de acessos, sistema de pesagem, quantificação e classificação de resíduos, bem como gestão e monitorização remota.

Felipa Figueiredo, representante do CECOLAB, apresentou um sistema de construção com blocos sustentáveis ​​e circulares, que se baseia na reutilização de resíduos de construção em novas soluções e não necessita de materiais como argamassa. Modularidade, capacidade térmica e acústica e desempenho anti-sísmico são algumas das características deste produto em desenvolvimento.

Pedro Vieira, da Bee2Fire, apresentou soluções para aplicação de princípios de machine learning na identificação de monóculos urbanos. Entre outras coisas, o projeto prevê a identificação automática de declarações ilegais com base em imagens, processamento de dados em tempo real e “relatórios” automáticos.

Samuel Silva, da Domática, apresentou um projeto sobre edge computing e sensoriamento numa economia circular de resíduos. Esta tecnologia informática permite, entre outras vantagens, melhorar a resposta a eventos críticos, melhorar a recolha de dados em benefício da operação, reduzir custos devido à necessidade de transferir menos dados e garantir um funcionamento eficiente mesmo tendo em conta distribuições geográficas esparsas .

Realizaram-se ainda duas mesas redondas, convidando entidades e personalidades como: Agência Portuguesa do Ambiente, Cristina Carrola, CCDR-N, Rui Fonseca, Novo Verde – Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens, Pedro Simões, LIPOR, Fernando Leite, 3Drivers, António . Lorena, ESRGRA, Paolo Brasa (para discussão do tema + meio ambiente); FEUP, Joana Dias, TICE.PT, Antonio Salvado, Eco Ambiente, Helder Batista, e Universidade do Minho, Patricia Silva Castro, (para o tema + Inovação), deixando mais pistas para pensar os temas da conferência.

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